Para a fé cristã, 2017 é celebrativo: 500 anos de reforma luterana, 100 anos de aparição em Fátima, 300 anos de Nossa Senhora Aparecida. Foi em 1717 o encontro de uma imagem que transformou a fé do povo da Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá e proclamada em 1930 Padroeira do Brasil pelo Papa Pio XI.

Em Fátima, Maria apareceu visivelmente a três pastorinhos, que a Igreja reconheceu ser sobrenatural. Aqui a três pescadores e certamente escravos, que recolheram a imagem negra do Rio Paraíba.

Os pescadores, não tendo pescado nada, encheram depois suas redes. Ofereceriam um banquete aos magnatas portugueses do Brasil colônia, no regime de escravidão. A imagem negra da Virgem encontrada vinha a ser uma mensagem de Maria ser mãe de todas as raças e culturas.

Católicos são acusados de serem idólatras, por venerarem imagens de santos. O mandamento primo do decálogo proíbe fazer escultura e imagem alguma (Ex 20,3-5).

A verdadeira razão desse mandato é Deus ser o único.

Os deuses ou ídolos não são nada. A representação de Deus com imagens é por não ter a forma de criatura e não ser um objeto manipulável.

A fabricação da serpente de bronze que Deus ordena a Moisés (cf. Num 21, 6-9) não configura uma idolatria. Essa imagem não era mágica e milagrosa por si só. O olhar de fé para ela, acreditando na Palavra que Deus tinha pronunciado, realizou a cura da morte física àqueles que eram picados pelas serpentes venenosas.

Ninguém adora uma fotografia de sua mãe porque a guarda com carinho. Somos simbólicos, numa era da imagem, do virtual, do ícone, do representativo. A iconografia sempre foi uma pedagogia dos cristãos, desde as catacumbas. A própria Bíblia é imagem, ícones impressos no papel. Incontáveis milagres comprovados em 300 anos de devoção à Nossa Senhora Aparecida, não se devem a uma simples imagem quebrada, encontrada um dia por pescadores, como eram os apóstolos. Não somos iconoclastas.

Maria, representada por imagens devocionais, não é taumaturga ou deusa milagreira. Tudo se deve a fé de um povo que caminha rumo a Cristo, apoiado a sinais, figuras e sacramentais da vida, por meio daqueles que já O amaram mais. Maria conduz ao Salvador e Senhor. Ou duvidamos que a mãe de Cristo está no céu e que pode rezar por nós pecadores?

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