A escola e sua função contemporânea de humanização

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Educar sempre trouxe desafios imensos, sobretudo em tempos de profundas transformações tecnológicas, de organização da produção e da sobrevivência humana.

Educar sempre foi e será uma grande arte, um grande desafio, que sofrem influências de cada momento histórico.  Neste momento histórico, o conceito de rede também pode ser aplicado aos desafios da educação, cada vez mais complexos, o que não permite quaisquer simplificação.

Educar faz parte do processo dinâmico da vida em sociedade. Educar sempre trouxe desafios imensos, sobretudo em tempos de profundas transformações tecnológicas, de organização da produção e da sobrevivência humana.  O sentido de educar (ou ensinar) sempre foi o de acompanhar as evoluções e mudanças sociais, gerando maiores possibilidades de inserção no mundo da cidadania e no mundo do trabalho. A escola cumpre, historicamente, função de propiciar as condições de inserção dos indivíduos na sociedade.

Neste momento histórico, a escola cumpre com a função insubstituível de sistematização das informações (para transformá-las em conhecimento) e da socialização (convivência saudável e respeitosa, mediada pelo conhecimento).

A divulgação acelerada e o alto volume das informações disponíveis às crianças, adolescentes e jovens exige uma postura educativa capaz de fazê-los construir entendimentos de si mesmos, dos outros, da natureza e da sociedade.

Ao mesmo tempo em que leem mais, tem mais acesso aos diferentes conhecimentos, os educandos de hoje escrevem menos, tem muitas dificuldades de comunicar e expressar seus sentimentos e conhecimentos, tem grandes dificuldades nos seus relacionamentos interpessoais, tem dificuldades de projetar suas vidas alicerçadas em sonhos e projetos de vida.


“Humanização nas escolas”, entrevista com jornalista e especialista em educação Anna Penido.



O excesso de informações, somadas com a velocidade da divulgação destas, gera, muitas vezes, uma distância enorme entre o mundo real e o mundo virtual. Estar informado e conectado ao mundo virtual não é suficiente para decidir o que fazer com o mundo real, seja a partir de uma intervenção e atitude pessoal ou coletiva. O mundo real exige posturas e atitudes que ensejam coragem, determinação, empenho e esforço pessoal, criatividade, ousadia.

O fato de vivermos na era da tecnologia e da informação não quer dizer que podemos suprimir a importância da oralidade, da escrita e outras formas de comunicação como a arte, a linguagem corporal, a linguagem simbólica e religiosa, o audiovisual, dentre tantas outras. Afinal, o ser humano é um ser integral e as suas diferentes dimensões (características) devem ser desenvolvidas e articuladas no seu processo de ensino-aprendizagem.

Mais do que nunca, para a nossa humanização, precisar comunicar e compreender melhor a nós mesmos e aos outros, em sintonia com a natureza e com o transcendente (Ser superior). Este processo também é chamado de ESPIRITUALIDADE, que é muito mais do que religião.


“Espiritualidade é um sopro interior que que me faz ter fé na vida”. (Pe. Fábio de Mello)



Por vivermos num mundo onde o domínio das diferentes linguagens é condição para uma boa inserção social, precisamos, desde a escola, aperfeiçoar as nossas capacidades comunicativas, o que pode ser traduzido por EDUCOMUNICAÇÃO.


Documentário Educomunicação.



Assim, para darmos conta da integralidade do ser humano, precisamos empenhar esforços para que a educação se torne um PROCESSO DE APROPRIAÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA de experiências, de confrontações, de resoluções e desafios da vida e do conhecimento, de aplicação do conhecimentos e das informações na vida prática e cotidiana. A isso podemos chamar de SISTEMATIZAÇÃO, processo no qual nos apropriamos de informações para dar às mesmas utilidade e função prática e aplicável na vida de cada um e de todos.

Uma escola é como uma rede. Uma rede que articula e promove a interação de diferentes sujeitos aprendentes: os educandos, os educadores, os pais, as equipes diretivas e gestoras, os funcionários e funcionárias. Estes sujeitos fazem a educação acontecer utilizando os diferentes meios e métodos de aprendizagem, que geram processos de apropriação de conhecimento e de convivência social.

A apropriação do conhecimento do conhecimento e a convivência social são os dois maiores objetivos da educação contemporânea. Fazer educação, nos dias atuais, significa compreender o sentido da escola, do mundo e do ser humano, contemplando a diversidade e a complexidade social que construímos até aqui como humanidade.

Nada de modismos, nada de simplificações! Educação em rede exige postura que integre os diferentes pensamentos, métodos pedagógicos e formas de convivência social.

Cada escola constitui um ambiente único, mediado pelos sujeitos, pelas suas intencionalidades e pelos seus métodos e modos de ver o ser humano, a vida e a sociedade. Os diferentes sujeitos e as diferentes estratégias educativas representam os “nós” que fazem uma rede ser o que ela é. Por isso mesmo, que o parâmetro de avaliação de cada escola deve ser ela mesma. A qualidade social de educação se mede a partir de critérios previamente definidos pela comunidade escolar e, sobretudo, pelo grau de satisfação de todos os que estão envolvidos nela e com ela.


“A missão do professor é provocar inteligência, provocar espanto, provocar curiosidade”. (Rubem Alves)

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