A sensação é de que estamos
lutando uns contra os outros.
Mas o fato é que estamos
todos no mesmo barco,
à deriva.

 

Em tempos de crise política e ano de eleição, parece que todo mundo tem que escolher um lado. Tem que ser contra ou a favor de alguma coisa. E tem que ter opiniões definitivas. E tem que odiar os do “outro lado”. É uma pena que seja assim.

Todos querem estar do lado certo, mas nem sempre essa é uma escolha clara e simples. Há verdade por todos os lados, e ideias erradas também. Se não formos capazes de ouvir, será difícil encontrar soluções e caminhos para os desafios que temos em comum.

A sensação é de que estamos lutando uns contra os outros. Mas o fato é que estamos todos no mesmo barco, à deriva.

Não conseguimos discutir adequadamente nenhum projeto, nenhuma reforma, porque todas as opiniões estão obscurecidas pelos posicionamentos políticos de cada um.

Antes de ouvir uma consideração, um argumento, queremos saber “de que lado a pessoa está”, queremos julgar todas as ideias segundo um entendimento maniqueísta. Não é possível avançar enquanto não houver um pouco mais de tolerância e equilíbrio.

É um risco que estejamos assim tão desorientados. Acabamos expostos ao surgimento de alguma liderança salvadora, dessas que aparecem com frequência em momentos de crise, trazendo soluções mágicas, que acabam sendo trágicas.

Espero, para o nosso bem, que antes que isso aconteça possamos encontrar alguma convergência entre nossos objetivos. Afinal, o que todos nós queremos é poder trabalhar, viver, criar nossos filhos em um país justo e seguro. Queremos tranquilidade e a possibilidade de planejar o futuro. O que precisamos é enxergar que estamos todos do mesmo lado, do lado do Brasil.

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