“Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”

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Este é o tema que o Papa Francisco escolheu para o Sínodo Especial dos Bispos da Igreja Católica, que acontecerá em Roma, no mês de outubro de 2019. Espera-se que esta assembleia seja um grande exercício de escuta recíproca entre o Povo de Deus e as autoridades da Igreja.

Para a Igreja Católica, o grito da Amazônia ao Criador é semelhante ao grito do Povo de Deus no Egito: um grito que brota da escravidão e do abandono e clama a Deus por liberdade e escuta e pede a presença libertadora de Deus, especialmente no momento em que os povos amazônicos enfrentam a destruição da floresta tropical, as águas de seus rios são deterioradas e envenenadas, e seus protestos e lutas são criminalizados pelas autoridades e pela opinião pública (Doc. Sínodo § 8).

Por isso, este Sínodo Especial tem o objetivo de descobrir e propor novos caminhos para desenvolver o rosto amazônico da Igreja e enfrentar as situações de injustiça da região, como o neocolonialismo praticado pelas indústrias extrativistas, pelos grandes projetos que destroem sua biodiversidade e pela imposição de modelos culturais e econômicos estranhos à vida dos povos (Doc. Sínodo § 12).

Mesmo contando ainda com um pequeno número de missionários na região amazônica, os Missionários da Sagrada Família querem participar ativamente desse mutirão de conscientização que envolve a Igreja do mundo inteiro, e este Calendário Vocacional e Missionário é uma forma de responder ao apelo do Papa Francisco.



Nos nove países que compõem a Amazônia vivem mais de três milhões indígenas, agrupados em 390 povos e nacionalidades, e mais130 povos que decidiram viver isolados. Cada um desses mais de 500 povos tem uma identidade cultural particular, uma riqueza especí_ ca e um modo próprio de ver o mundo e de relacionar-se com ele. (Doc. Sínodo § 3).

A espiritualidade da missão na Amazônia deve assumir o estilo de Jesus: simples, humana, dialogante e samaritana, que permita celebrar a vida, a liturgia, a Eucaristia, as festas, sempre respeitando os ritmos próprios de cada povo. (Doc. Sínodo § 15).

A evangelização nos convida a trabalhar contra as desigualdades sociais e a falta de solidariedade mediante a promoção da caridade e da justiça, da compaixão e do cuidado do ser humano e de toda a criação. (Doc. Sínodo § 8).

Há um mistério a contemplar numa vereda, no orvalho, no rosto do pobre. Quem sabe contemplar o que há de bom nas coisas e experiências do mundo descobre a íntima conexão de todas essas coisas e experiências com Deus. (Doc. Sínodo § 10).

A família é e sempre foi a instituição social que mais contribuiu para manter vivas as nossas culturas. Em períodos de crises passadas, face aos diferentes imperialismos, a família dos povos indígenas foi a melhor defesa da vida. (Doc. Sínodo § 6).

Os missionários, sejam eles nativos ou vindos de fora, precisam desenvolver uma espiritualidade de comunhão e aprender juntos a acompanhar as pessoas, escutar suas histórias, participar de seus projetos de vida, partilhar sua espiritualidade e assumir suas lutas. (Doc. Sínodo § 15).

A região amazônica é uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta, pois guarda 30 a 50% da flora e fauna do mundo, 20% da água não congelada de todo o planeta, e mais de um terço das florestas primárias da terra. (Doc. Sínodo § 1).

Tanto os missionários nativos como os que vem de fora precisam cultivar a espiritualidade da contemplação e da gratuidade, sentir com o coração e ver com os olhos de Deus os povos amazônicos e indígenas. (Doc. Sínodo § 15).

Proteger os povos indígenas e seus territórios é uma exigência ética fundamental e um compromisso básico dos direitos humanos. Para a Igreja, esse compromisso é um imperativo moral coerente com o enfoque da ecologia integral. (Doc. Sínodo § 5).

A riqueza das matas e dos rios da Amazônia está ameaçada pelos grandes interesses econômicos, que provocam desmatamento indiscriminado e a contaminação dos rios, lagos e afluentes, colocando em risco a sobrevivência dos povos originários. (Doc. Sínodo. § 2).

A ação evangelizadora na Amazônia não pode ignorar o cuidado e a defesa do seu território (natureza) e de seus povos (culturas), e precisa estabelecer pontes entre os saberes ancestrais e os conhecimentos modernos. (Doc. Sínodo § 9).

O evangelizador deve apoiar projetos que desenvolvam e sustentem relações vitais com os outros, com a criação e com o Criador, e isso supõe a escuta atenta do clamor dos pobres e da Terra. (Doc. Sínodo § 8).





Sínodo para a Amazônia
Amisafa (Ação Missionária da Sagrada Família)
MSF (Missionários da Sagrada Família)

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