Dentre tantos mestres da época, como Sócrates, Platão e Aristóteles, considerados homens bem à frente de seu tempo, Jesus foi o único a aceitar mulheres como discípulas.
Tempos atrás, em um post em que eu defendia o empoderamento feminino, alguém postou um comentário afirmando que a primeira mulher a se empoderar foi Eva, e deu no que deu.
Como é triste em pleno século XXI alguém insistir em ler a Bíblias com as lentes do seu machismo cafona e mofado.
As Escrituras estão repletas de personagens femininos que se empoderaram, dentre as quais poderíamos destacar Sara, Débora, Ester, Rute, Raabe, Ana e tantas outras. E o que dizer daquelas ilustres anônimas que cruzaram o caminho do Messias nas empoeiradas ruas da Galileia? Eram elas que mantinham o ministério de Jesus.
Mulheres como a Samaritana que mesmo não gozando de uma reputação ilibada, foi capaz de atrair todo o seu vilarejo para ouvir Jesus. Mulheres como a que ungiu os Seus pés com um perfume que lhe custou um ano inteiro de serviços na mais antiga profissão do mundo.
Mulheres como a que sangrou por doze anos seguidos, mas que resolveu enfrentar o preconceito, infiltrando-se entre a multidão para tocar na orla de Suas vestes e ser curada.
Mulheres como as que choravam vendo-o passar pela Via Crucis carregando a cruz dos homens.
Mulheres como a Cananeia, que seguia-o clamando por sua filha enferma, sob o olhar daqueles que consideravam seu povo como meros cães, apesar de serem os habitantes originais daquela terra. Mesmo ouvindo de Jesus a reprodução daquele discurso, ela não titubeou e humildemente argumentou: “Os cachorros também comem das migalhas que caem da mesa de seu senhor.”
Tal resposta a fez ouvir dos lábios do Mestre um elogio que pouquíssimos mortais receberam. Mulheres como Maria Madalena, a primeira a vê-lo ressurreto e a receber a missão de contar aos seus discípulos o que testemunhara.
Mas, sem dúvida, dentre todas as mulheres da vida de Jesus, ninguém foi tão importante quanto Maria, de quem herdou o ímpeto revolucionário tão nítido em sua canção de louvor a Deus (Magnificat).
Jesus empoderava as mulheres quando estas nem sequer eram contadas nos censos. Dentre tantos mestres da época, mesmo alguns como Sócrates, Platão e Aristóteles, considerados homens bem à frente de seu tempo, Jesus foi o único a aceitar mulheres como discípulas.
Pena que dois mil anos depois, muitos dos que se apresentam como seus seguidores emprestem os lábios ao machismo imperante em nossa sociedade, negando à mulher o espaço e a dignidade que lhe são devidos. Temos muito que aprender com Jesus.
Autor: Hermes C. Fernandes
Edição: Alex Rosset