As Olimpíadas e a importância da Educação Física escolar

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Impedimos que nossos meninos e meninas, adolescentes descubram e desenvolvam seus talentos e aprendam o gosto da atividade física para seu prazer, tempo livre e saúde. Vem aí as paraolimpíadas e vamos ver brilhar quem conseguiu inclusão escolar e na sociedade!

Ninguém tem dúvidas de que o resultado numérico das medalhas nas Olimpíadas mostrando Estados Unidos e China na liderança corresponde ao poder econômico e político mundial, mas também da decisão política de valorizar o esporte desde a infância.

Mas as vitórias femininas brasileiras do ouro na Ginástica, no Judô e no Vôlei de Praia, nossa garra e desempenho nos esportes, coletivo ou individual, mostram a nossa potência. Em especial porque não conseguimos manter políticas continuadas de formação desde a infância na rede escolar, com estruturas descentralizadas de centros de esportes em cada modalidade, jogos escolares, campeonatos estudantis entre cidades, intercâmbios internacionais, bolsas de incentivo de atletas, professores e técnicos, etc.

Ao contrário, o básico da formação e descoberta da potencialidade de atletas de alto nível – a Educação Física Escolar – vem sendo desprestigiada e desvalorizada de todas as formas. Desde sua participação no currículo escolar às condições materiais para desenvolver as aulas e práticas nas escolas e ainda pela falta de professores e professoras.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica. No entanto, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em vigor, permitiu que no Ensino Médio as escolas oferecessem o componente curricular da Educação Física como itinerário formativo à escolha dos alunos, assim como de outros componentes curriculares, com exceção da Língua Portuguesa e Matemática, que são os únicos obrigatórios.

Aqui no Rio Grande do Sul, no Ensino Fundamental são ofertados dois períodos por semana e, no Ensino Médio, apenas um. No ensino noturno, pasmem, a Educação Física é prevista à distância! 

Além da baixa oferta, o Monitoramento das necessidades de obras escolares na rede estadual e de recursos humanos da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, identifica em 2023 e em 2024, a grande precariedade das quadras esportivas, quando existem, demanda de coberturas e ginásios, de equipamentos e de professores com a Educação Física só ficando atrás da Matemática!

Na realidade, em grande medida, temos impedido nossos meninos e meninas, adolescentes e jovens de descobrirem e desenvolverem seus talentos e de aprenderem o gosto da atividade física para seu prazer, tempo livre e saúde. Vem aí as paraolimpíadas e vamos ver brilhar quem conseguiu inclusão escolar e na sociedade!

Autora: Sofia Cavedon. Também escreveu e publicou no site “Que se abram as bibliotecas”: www.neipies.com/que-se-abram-as-bibliotecas/

Edição: A. R.

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