Devido a singularidade do povo russo, ao chegarem ao Brasil trouxeram consigo não só o trabalho para desbravar estas novas terras, mas sobretudo uma série de novos costumes e tradições que não eram praticados pelos imigrantes da Europa Ocidental ou nesta região até aquele momento. Neste sentido, os imigrantes russos ajudaram a formar e enriquecer o mosaico cultural de nosso Estado.
Do dia 09 de abril até o dia 15 foi realizada em Santa Rosa a 20ª Feira do Livro, que teve como lema: “Ler é uma aventura fantástica”. Neste ano está sendo homenageada a etnia italiana pelos seus 150 anos. O patrono da feira do livro de 2025 é o escritor campinense Jacob Petry, radicado nos Estados Unidos, que esteve presente na abertura do evento literário…
No dia 11 de abril a partir das 19h30, no palco externo foi apresentado um painel a cargo da Academia de Letras do Noroeste do RS – Alenrio, sobre a literatura regional.
Os escritores Jorge da Luz (Três de Maio), Nair Carpenedo (Tucunduva) Roque Weschenfelder (Santa Rosa) e de Campina das Missões, Jacinto Anatólio Zabolotsky, que discorreu sobre o tema: A diversidade das escritas na nossa região Noroeste.
Após apresentar os seus livros, dentre os quais A Imigração Russa no RS e no Brasil (já na 7ª edição, revista e ampliada, com duas edições traduzidas para o idioma russo), abordou sobre a diversidade das etnias que formam(vam) a nossa região, em especial a italiana (a etnia homenageada), alemã (e alemães-russos), afro, russa, polonesa, portuguesa, dentre outras.
Por fim, focou na etnia russa que também alavancou o progresso de Santa Rosa, considerando de que muitos imigrantes russos e descendentes que se mudaram de Campina das Missões se estabeleceram em Santa Rosa, relatando o seu legado de labor e histórico-cultural-religioso.
Tem marcas profundas na comunidade de Santa Rosa, por exemplo o primeiro prédio construído em 1930, que foi do médico Dr. Etiene Miroslav, chamado de Dr. Russo, onde está localizado o prédio de quatro andares, raro na época, que abriga a Câmara de Vereadores de Santa Rosa, até foi descerrada uma placa no hall de entrada em sua homenagem. A Igreja Ortodoxa, situada próximo a estação Rodoviária.
Também citou a presença e a marca forte das tradicionais casas comerciais que fizeram história em Santa Rosa, por exemplo, a renomada Casa Constante, do imigrante Constante Weremchuk, situada na Praça da Independência e após na Praça da Bandeira. A Casa Gaúcha, de Nicolau Budzinky, Gregório Melnik (residia no centro, ao lado do Centro Cívico, onde estava situada a confeitaria da Dona Ella), Móveis Belaus, o saudoso, Dr. Pedro Fiedoruk, o primeiro ecologista de Santa Rosa e região. O alfaiate André Lachnoff, da tesoura de ouro, confeccionou mais de 50 mil ternos. Citou também as famílias tradicionais, tais como: Bondarenco, Droval, Fiedoruk, Kirichenco, Lachno, Leutchuk, Lukianetz, Kalinin, Nikanovitch, Novosad, Naumchyk, Nicolow, Marianoff, Mazurek, Moscalcoff, Martinenco, Maximenco, Mysko, Pereverzieff, Podgaietsky, Tojevitch, Tritiak, Stepanenco, Tchebotaio, dentre outros, que deixam(ram) marcas profundas no seu legado histórico de labor, que ajudaram a mudar, com a força de seu labor, o rosto de Santa Rosa, do RS e do Brasil.
Leia também: Uma Rússia num quintal do Brasil: www.neipies.com/uma-russia-num-quintal-do-brasil/
Autor: Jacinto Zabolotski. Passará a integrar seleto grupo de “Convidados” do site www.neipies.com
Edição: A. R.