Candidatos a pais ou mães de uma cidade

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Como conhecer o perfil mais adequado para um governante de uma cidade?

Nas campanhas eleitorais, os candidatos/as a pais ou mães da cidade apresentam-se como os/as melhores, bons/boas, maravilhosos/as, competentes. Infelizmente, estas características ou qualidades de cada governante só serão conhecidas e reconhecidas pelos cidadãos e cidadãs no exercício do mandato. Ainda bem que, de quatro em quatro anos, a população manifesta-se sobre aprovação ou reprovação dos mandatários, considerando, principalmente, a sua forma de governar, cuidar e a maneira de resolver os problemas de uma cidade.

Não escolhemos nossos pais e mães mas, numa cidade, escolhemos o prefeito ou a prefeita por votação e é uma decisão muita séria, tendo em vista que a família de uma cidade são todos os que ali moram e que precisam, de algum modo, apoio e guarida de um pai ou de uma mãe.

Mas como conhecer o perfil mais adequado para um governante de uma cidade?

O caráter democrático ou autoritário destes pais ou mães (prefeitos e prefeitas) são manifestados pela forma de atuação política destes/as junto à população. Não é verdade que o poder corrompe as pessoas; ele apenas oportuniza a revelação do caráter delas. Por isso, também, pessoas com trajetórias reconhecidas e boas experiências de gestão tendem a levar vantagens na definição dos votos.

Um dos aspectos a considerar nesta tarefa de governar a população de uma cidade é a idade dos prefeitos e prefeitas. Será que um jovem ou uma jovem conseguiria representar e administrar uma cidade, considerando todos os papéis e funções que o cargo de prefeito ou prefeita envolve?

Observe e repare, querido leitor, que muitas candidaturas a prefeito e prefeita das nossas cidades se consolidam por duas hipóteses. Vejamos.

Se o candidato a prefeito ou prefeita é mais experiente, busca-se um candidato ou candidata a vice-prefeito/a mais jovem, com a ideia de aliar a experiência com renovação. Se o candidato/a for mais jovem, busca-se um vice-prefeito/a mais experiente para contrabalancear a pouco idade do prefeito ou prefeita. Neste último caso, o vice-prefeito ou vice-prefeita é uma espécie de avalista do prefeito/a mais jovem. Em suma, candidatos mais experientes ou muito jovens tendem associar-se para aliar experiência com renovação política (ou vice-versa).

A sabedoria popular ensina que o prefeito ou prefeita é uma espécie de pai ou mãe de uma cidade.

Consideramos pertinente e interessante pensarmos que a função ou representação de um prefeito ou prefeita pode estar associada com a figura de um pai ou de uma mãe. Este pai ou mãe que imaginamos é responsável, tem visão de futuro, sabe conciliar desenvolvimento econômico com inclusão social, sabe valorizar o meio ambiente e sustentabilidade, demonstra capacidade de diálogo e escuta com a população, projeta a cidade em direção ao futuro, aposta em educação e valorização dos professores, pensa e projeta obras estruturantes para viabilizar mudanças significativas para a maioria da população.

Este ideal encontra-se num perfil de governante que não se fecha em gabinetes e nem se cerca de gente para afastar a comunidade. A voz, a conversa, a reclamação, as críticas, a escuta e a proximidade são as estratégias daqueles que querem e tem necessidade de serem vistos, ouvidos e atendidos. Um pai ou uma mãe sempre terão disposição de servir, pois conhecem e reconhecem as necessidades de cada um e do conjunto da população.

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Autor: Nei Alberto Pies, professor, escritor e editor do site www.neipies.com

Edição: A. R.

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