Como já dizia Rubem Alves,
“escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.
O que elas amam são os pássaros em vôo”.
Sou Nei Alberto Pies, professor, escritor e editor de um site de educação, cidadania e espiritualidade.
Escolhi ser professor da Centenária Escola Estadual Protásio Alves porque sempre vi nesta grande escola um pouco da história de minha cidade, Passo Fundo.
A contribuição desta primeira escola estadual para a história de Passo Fundo é imensa e de grande valor histórico, cultural e social.
Também fui ser professor desta escola porque nela vi a possibilidade de exercer o magistério a partir dos conhecimentos das diferentes religiões, pela disciplina do Ensino Religioso, tanto no Ensino Fundamental, quanto do Ensino Médio.
Nunca pensei em ser Vice-diretor. Minha escolha sempre foi de exercer o magistério a partir das salas de aula. Porém, ao deparar-me com uma realidade de gestão interna de extrema complexidade na escola, envolvendo colegas professores, alunos e funcionários, decidi aceitar o convite para compor uma Chapa e colocar-me a disposição para assumir compromissos de gestão que possam elevar o respeito, a credibilidade e a consideração desta Escola para com os nossos alunos, professores, funcionários, pais e comunidade de Passo Fundo. Muita gente da nossa comunidade sabe disso, porque acompanhou em período recente, desdobramentos que levaram, inclusive, a destituição do diretor desta escola.
Acredito que precisamos, merecemos e podemos elevar a condição social e pública de nossa Escola Estadual Protásio Alves superando o medo, as mentiras e fofocas, o ambiente belicoso e tenso entre direção, professores e funcionários, a falta de ética, a falta de transparência nas ações administrativas com uma proposta de gestão compartilhada, que tenha por fundamentos a EDUCAÇÃO e a HUMANIZAÇÃO.
Para termos uma escola boa, precisamos de QUALIDADE SOCIAL NA EDUCAÇÃO. A qualidade social acontece quando todos que participam da escola se sentem bem. Os alunos se sentem felizes por estudar. Os professores se realizam na escola trabalhando e sendo respeitados. Os funcionários estão satisfeitos por colaborar na escola. Os pais que acessam a escola são bem acolhidos e valorizados.
Os alunos não precisam de bajulação, precisam de apoio, incentivo e bons desafios para que não percam vontade de estudar. Os alunos não devem ser manipulados, mas devem ser emancipados para as suas conquistas e sua liberdade de ser, de pensar e de agir.
Como já dizia Rubem Alves, “escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo”.
Com propostas concretas, pé no chão, a Escola Protásio seguirá rumos seguros e consistentes. Estas propostas valorizam o protagonismo dos estudantes e dos professores. Valorizam o ambiente físico da escola, tornando-o aconchegante, bonito e prazeroso. Valorizam as capacidades, as inteligências e a criatividade da galera jovem que deseja ser, pensar e agir a seu modo e a seu jeito, respeitando as diversidades. Valorizam a organização dos estudantes, apoiando a formação de um Grêmio Estudantil, justamente porque este também é um espaço de construção social dos futuros líderes da sociedade.
Uma boa gestão escolar deixa acontecer e coordena, organiza, valoriza e apoia todas as iniciativas pedagógicas de relevância que qualificam a aprendizagem dos alunos. Mas também propõe, discute, sabe ouvir, faz mediações e organiza as condições para que ocorra boa aprendizagem.
Uma escola é feita por todos e todas. Não há somente um que faz e outros que só discursam e sonham. Aliás, o que seria da educação se ela não promovesse o anúncio de esperanças!
Uma disputa de diferentes chapas na escola é feita justamente para que a comunidade escolar possa conhecer propostas para melhorar uma escola e para que possam escolher perfis, habilidades e qualidades dos futuros gestores.
Uma gestão compartilhada e democrática saberá promover a socialização e a construção do conhecimento como pilares e funções da escola contemporânea. Saberá priorizar as relações humanas dos seres aprendentes que estão em permanente processo de humanização: os alunos, os professores, os funcionários e os pais e mães.
O maior desafio da escola contemporânea é a humanização. Humanização significa apostar que o ser humano pode ser melhor, através do conhecimento crítico e reflexivo. A superação da ignorância e da violência será pelo conhecimento e pela relação dialógica de seres que se respeitam e que promovem a cidadania, a democracia e a felicidade de cada um e de todos.
O Protásio Alves merece ser uma escola legal onde se possa aprender, conviver e ser feliz!