A Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo (CDHPF) celebrou os 35 anos de sua criação, no dia 30 de novembro, com um jantar por adesão. O encontro foi realizado no salão da Comunidade da Lucas Araújo, em Passo Fundo, RS. Participaram lideranças de organizações populares com as quais a CDHPF mantém relação, além de lideranças sociais e políticas.
A CDHPF foi fundada em 05 de junho de 1984 por um grupo de cidadãos e cidadãs
passo-fundenses. Na Ata de Fundação se encontram os objetivos que orientam a
entidade ao longo de seus anos de atuação. São os seguintes: “promover e
defender os direitos de pessoas, famílias e organizações e assessorar a
organização popular na defesa de seus direitos”.
A memória dos 35 anos de atuação resultou na construção de um mosaico com reportagens, fotos, publicações, bandeiras e símbolos que marcaram a caminhada.
Na abertura do encontro foi realizada uma celebração na qual se afirmou que “A Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo é obra com muitas marcas e que marcou vidas e demarcou posições ao longo de 35 anos. Foram dias de engajamento e de responsabilidade com a promoção dos direitos humanos que exigiram a denúncia de situações de violação e de sujeitos/as violados/as e violentados/as, a presença na organização e luta de grupos, movimentos, organizações, a formação de alianças e parcerias, a realização de diálogos e construções conjuntas, mas também o enfrentamento, a pressão e a recusa a aceitar práticas e políticas desumanizantes”.
“Os anos que se foram só fazem sentido porque nos reunimos para dizer que seguiremos juntos em novos anos, para novas empreitadas, para novos passos. Este cenário que montamos juntos é uma pequena representação do que foram as ações, os processos e as pessoas que fizeram e fazem a CDHPF”.
Cada participante levou para casa sementes de girassol, significando o compromisso com a luta pelos direitos humanos. O compromisso em multiplicar e ampliar esta luta. Esta simbologia diz que, como o girassol, “No chão (terra) fincam-se as raízes, daí vem o alimento, dele a sustentação. Conhecer a fundo a realidade e imergir nela é fundamental para atuação em direitos humanos. Ninguém luta por direitos humanos se não estiver profundamente enraizado e bem nutrido pela Mãe Terra natural, dela vêm o sustento para “ficar de pé”, erguer a cabeça, sustentar o corpo, para fitar o horizonte (sol).
Temos projeto, temos causas. O desejo do infinito, do impossível, nos faz enfrentar todas as situações de morte, de violência e de vitimização, de violação de direitos e desumanização de sujeitos/as. A utopia serve para isso, dizia Iturri, para seguir caminhando, já que se um passo dou em direção a ela, um passo ela se distancia de mim. E se é para caminhar, então o caminho (girar), exige método, construção coletiva, compromisso, para manter vivas as organizações e as pessoas para dar-se as mãos e não soltá-las, para saber-se singular na pluralidade, para fazer-se mais com os outros e as outras, para direitoshumanizar a tudo e a todas e todos”.
A coordenação geral da CDHPF agradece a cada uma e a cada um dos associados e
das associadas que juntos, ao longo destes 35 anos, vêm fazendo realidade a
luta por direitos humanos. Também agradeceu às alianças e parcerias e a todos que
apoiam a atuação. Também agradeceu pelas críticas daqueles que dizem não gostar
dos direitos humanos, pois também desafiam a seguir construindo.