Como devem ser educadas as crianças?

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Aos professores e professoras,
damos a missão de educar e
instruir as nossas crianças.
É verdade que eles devem instruir
com afeto, mas não sozinhos.


Toda criança precisa de amor. Na minha infância, estudei numa escola onde a criança que não soubesse a tabuada aritmética decorada levaria palmadas nas mãos. Eu morria de medo daquele castigo e aos sete anos já sabia toda a tabuada.

Os castigos antigamente eram comuns na vida das criancinhas. Ficar ajoelhado em cima de vários caroços de milho, ir dormir com fome, dormir no escuro mesmo com medo dos monstros e o pior deles ser trancado num lugar fechado sozinho, como eu fui.

Não se deve bater numa criança ou colocá-la de castigo num canto escuro da casa para aprender a ter bons modos ou a tarefa escolar. O ensino não combina com maus tratos.

Nenhuma criança deve ser chamada de burra porque tem dificuldades de aprender. É inaceitável que os pais ou responsáveis invadam as suas privacidades. Fica proibido assustar crianças dizendo que o homem do lixo vai levá-la embora ou que um monstro irá engoli-la na madrugada.  

Defendo uma educação com afeto, pois o que fazemos com as nossas crianças hoje será refletido na vida adulta amanhã. Tudo o que uma criança vive e ouve ela guarda dentro de si e mais tarde vem à tona seja num sintoma emocional ou agressão física aos coleguinhas e pessoas próximas, por isso vemos alguns morderem os outros sem motivos aparentes. É preciso amar antes de chegar perto de uma criança, conhecer o verdadeiro sentido do amor.

Quando falo de amor refiro-me às emoções e sentimentos bons que devemos guardar na alma, tais como o respeito e o perdão ao próximo. Precisamos aprender o que é o bem na sua mais singela essência para só assim nos aproximarmos das crianças que são pessoas especiais que buscam na gente proteção e carinho.

Em outra publicação no site, já defendemos que “o afeto que o professor dedica a seus pequenos alunos faz com que eles sintam confiança no que está sendo ensinado, despertem para a curiosidade e a admiração”.
Veja mais aqui.



Se não lhes damos isso, onde procurarão? Em estranhos nas redes sociais ou nas portas das escolas, principalmente àqueles que lhes oferecem uma bala ou brinquedo.

Amar é…. amar é ser paciente e buscar sempre compreender o choro da criança, a dificuldade de aprendizagem, a raiva e a timidez. Amar é respeitar a vontade da criança, não falo das birrentas, mas daquelas que desejam coisas possíveis de receberem, que não nos custará quase nada dar-lhes.

Uma das coisas que mais precisam as crianças dos dias atuais é de atenção e confiança nos pais, responsáveis e professores. A confiança é essencial para uma criança aprender tanto as tarefas escolares quanto a tornar-se uma boa pessoa. Confiar que o outro não vai nos deixar cair, que o outro não vai nos abandonar, que o outro vai nos ensinar tudo o que sabe sobre aquele dever de casa difícil de fazer.

Educar uma criança não é nada fácil, pois estamos acostumados a viver correndo, temos pressa para tudo, nunca paramos para um café ou conversa com os amigos, imagine com um ser pequenino.

Entregamos as nossas crianças às escolas e corremos para o trabalho sempre apressados. Não percebemos quando as nossas crianças estão chamando a nossa atenção seja através do recolhimento dentro do quarto e distância dos amiguinhos, seja no pavor de uma pessoa próxima da família. O que mais tarde irá causar doenças psicológicas e físicas.

Aos professores e professoras, damos a missão de educar e instruir as nossas crianças. É verdade que eles devem instruir com afeto, mas não sozinhos.

O tempo que a criança passa na escola é bem pouco em relação ao que ela passa em casa. Assim mesmo os professores esforçam-se para amar os seus alunos contando-lhes histórias, declamando poesias, brincando de ciranda. São os professores que estão salvando a instrução das nossas crianças nesses tempos de isolamento social, inventando-se a cada dia, criando metodologias de ensino nunca antes vistas. Assunto que quero discutir em outro momento.

O importante é saber que o professor precisa amar o seu aluno sem impor-lhe o seu conhecimento goela abaixo, mas fazendo-lhe refletir em cima dos diversos assuntos ensinados sobre a importância da sua aprendizagem.

Para que professores cuidem bem das nossas crianças é preciso que as salas de aulas sejam ventiladas, ou seja, com janelas, vasos de flores, cartazes com imagens alegres e coloridos e limpas.

Há esforços de professores que ensinam em escolas públicas com paredes rachadas e goteiras, apesar de tudo eles amam os seus alunos, mas jamais poderão oferecer um ensino de qualidade, pois lhes falta o básico que é o bem-estar dos seus alunos. Nenhuma criança vai se sentir bem num espaço onde as paredes podem desabar a qualquer momento.

Atualmente, os professores fazem uso da tecnologia para dar aulas e algumas escolas já mantém os professores mais distantes dos alunos. Porém, ainda há escolas onde os professores pegam na mão da criança e a ajuda a cobrir a letrinha, a pintar o desenho do gato e a colar a gravura no papel. É preciso sentir o calor humano. Crianças gostam de proximidade.

Professores sabem o que é amar uma criança. São eles que ensinam, na maioria das vezes, aos pais e responsáveis.

Dêem mais atenção aos nossos professores. Certa vez, um deles me salvou da depressão. O professor pode salvar a sua criança do desânimo, da desistência, da indisciplina e até mesmo de conquistar os seus objetivos. Conheci uma professora que abraçava os seus alunos antes de entrarem em sala de aula todos os dias, e outra que inventou uma fadinha que escrevia cartas para eles todas as semanas.

Professores são criativos. Abro aqui um espaço para abraçar os professores dos lugares mais longínquos do Brasil que sequer têm giz para escreve no quadro-negro e continuam com amor no coração ensinando as nossas crianças. Viva o amor! Viva o professor brasileiro.

Sueli Ghelen Frosi, da Escola de Pais do Brasil, afirma que pais e mães sempre são educadores e que devem ser parceiros da escola, para a humanização dos filhos. Os filhos são educados pela linguagem, pelas emoções, pelo respeito e pelos exemplos.

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