Escolas e universidades existem para que estudantes aprendam conceitos, teorias; mas, também, para que desenvolvam capacidades e habilidades; formem atitudes e valores e se realizem como profissionais-cidadãos.
Prezados colegas, bom dia! Sejam bem-vindos à UPF. É uma alegria recebê-los em nossa instituição.
Permitam-me, inicialmente, em nome da Universidade de Passo Fundo, agradecer a presença e a disposição de cada um de vocês em buscar conhecimento e investir na educação continuada. Aproveito para agradecer também aos organizadores dessa atividade, citando a Coordenadoria das Licenciaturas da UPF, aqui representada pelos treze cursos de graduação e pelos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) vinculados às licenciaturas; aos apoiadores desse evento, citando a Secretaria Municipal de Educação e a Coordenadoria Regional de Educação.
Como mencionado no protocolo de abertura, o objetivo do XI Semape e do 9º Encontro de Professores e Estagiários das Licenciaturas, realizado neste dia 29 de agosto de 2019, é “discutir questões pertinentes às ações dos professores na escola de educação básica, fundamentando-se na proposta de educação integral, colocada na Base Nacional Comum Curricular – BNCC”.
O que queremos, na verdade, é mostrar, não só através desses eventos, mas
também da campanha Educar é a Nossa Ação,
que a Universidade de Passo Fundo está, desde sua gênese, comprometida com a
melhoria da qualidade da educação.
Desse modo, valorizamos os cursos de licenciatura, mantendo-os vivos e ativos na instituição; oferecemos formação inicial de qualidade; somos presentes e parceiros das escolas e das redes de ensino da comunidade e região; fomentamos formação docente continuada e mantemos nosso olhar atento às demandas e às temáticas da área, apostamos em novas metodologias e, fundamentalmente, no poder transformador da educação.
Nesse sentido, o lema da campanha Educar
é a nossa ação não é só a manifestação de uma concepção de formação, mas,
também, a aposta em uma concepção de educação que acredita no potencial
criativo, inovador, transformador da educação e de seus protagonistas.
O foco é a relação professor-estudante, a relação ensino aprendizagem, que deve, a qualquer custo, manter viva a curiosidade, a liberdade e a individualidade.
Permitam-me ilustrar o que digo com uma pequena história, relatada no livro
Educação e Justiça Social, de Martha Nussbaum. Nessa obra, Nussbaum cita
Tagore, poeta e romancista hindu (Prêmio Nobel da Literatura, em 1910)
resumindo, assim, um conto chamado O Treino do Papagaio:
Um certo Rajá tinha um pássaro que
adorava. Queria educá-lo por que pensava que a ignorância era uma coisa má. Os
seus gurus convenceram-no de que o pássaro devia ir à escola. A primeira coisa
que teve de ser feita foi a de oferecer ao pássaro uma instalação que estivesse
à altura da sua aprendizagem e, assim, foi construída uma magnifica gaiola
dourada. Depois ouve necessidade de adquirir bons manuais escolares e os gurus
disseram: “Os manuais nunca serão em demasia para atingir o nosso objetivo”. Dias
e noites a fio os escribas trabalharam na produção dos requeridos manuscritos.
Em seguida, contrataram-se professores que, por terem sido principescamente
pagos, puderam comprar belas casas. No dia em que o Rajá visitou a escola, os
professores explicaram-lhe o método que utilizavam para educar o papagaio. “O
método era de tal modo fantástico que, perante a sua excelência, o papagaio
tinha uma aparência ridiculamente insignificante. O Rajá ficou satisfeito por
não lhe ter encontrado defeitos. Quanto a qualquer hipótese de reclamação por
parte do próprio papagaio, tal era simplesmente impossível: tinha a garganta
tão preenchida pelas folhas dos manuais que era incapaz de assoviar ou de
cochichar. (2014, p.84).
Como diz Martha Nussbaum, trata-se de uma maravilhosa história e, como tal, dispensa comentários. Entretanto, gostaria de chamar a atenção para a necessidade de, em termos de concepções de educação/formação, superarmos os limites da gaiola dourada, dos bons manuais e dos métodos que desconsideram os sujeitos da ação.
Afinal, as escolas e as universidades existem sim para que estudantes aprendam conceitos, teorias; mas, também, para que desenvolvam capacidades e habilidades; formem atitudes e valores e se realizem como profissionais-cidadãos.
Que a lógica e a dinâmica do professor produtor de currículo possam invadir
nossas mentes e nossas práticas.
Sobre o evento
Seminário de Atualização Pedagógica ocorreu na UPF nesta quinta-feira (29), provocando os professores da rede pública a serem produtores do currículo
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que regulamenta quais são as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas nas escolas públicas e particulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio para garantir o direito à aprendizagem e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes. Com o objetivo de promover a troca de experiências e conhecimentos entre a Universidade de Passo Fundo (UPF) e os professores da rede pública de educação, ocorre, nesta quinta-feira (29), o XI Seminário de Atualização Pedagógica (Semape) e o 9º Encontro de Professores e Estagiários das Licenciaturas. O tema do evento provoca academia e docentes a pensarem como produtores do currículo.
O Seminário pretende discutir questões pertinentes às ações dos professores na escola de educação básica, fundamentando-se na proposta de educação integral, colocada na BNCC.
Para o vice-reitor de Graduação, professor Dr. Edison Alencar Casagranda, o que ser quer é mostrar, não apenas por meio desses eventos, mas também da campanha Educar é a Nossa Ação, é que a UPF está, desde sua gênese, comprometida com a melhoria da qualidade da educação. Em sua fala, ele destacou que a Instituição valoriza os cursos de licenciatura, mantendo-os vivos e ativos, e oferece formação inicial de qualidade. “Somos presentes e parceiros das escolas e das redes de ensino da comunidade e região, fomentamos formação docente continuada e mantemos nosso olhar atento às demandas e às temáticas da área, apostamos em novas metodologias e, fundamentalmente, no poder transformador da educação”, pontuou.