Devemos combater as notícias falsas e as muitas inverdades para garantirmos uma maior eficácia no combate à Covid-19, evitando a morte injustificada de milhares de pessoas.
Vacinas! Criadas e desenvolvidas pelos humanos como formas de proteção contra vírus e bactérias causadoras de doenças letais, capazes de erradicar doenças como a varíola. No entanto, nos últimos séculos e nas últimas décadas, tornaram-se alvo de questionamentos sobre eficácia e sobre eventuais efeitos colaterais e nocivos ao ser humano. O movimento anti-vacina e negador da ciência estaria sustentado em quais razões? E uma destas razões não poderia ser o senso comum deturpado irradiado pelas diferentes redes sociais?
Importante destacar que as primeiras manifestações públicas contrárias à vacina datam do século XVIII, ou seja, não é algo recente. Porém, com a propagação de doenças infecciosas ao longo dos séculos como a Peste Negra, a Varíola e a Febre Amarela, a eficácia das vacinas consolidou-se vital para a diminuição do número de óbitos. Mesmo assim, a população, por vezes, manifestou-se desfavorável a esse tratamento, como na Revolta da Vacina, em 1904, no Brasil, contra a obrigatoriedade da vacinação e contra a varíola e contra as campanhas de saneamento da cidade do Rio de Janeiro, lideradas por Oswaldo Cruz. Nesta situação específica, com a influência de grupos com ideias radicais contra as vacinas, a falta de escolarização, as mentiras e um senso comum deturpado contribuíram com certo êxito deste movimento que negava a ciência. Deste episódio, resulta que o Rio de Janeiro suspendeu a obrigatoriedade das vacinas e, em 1908, quase 6.400 pessoas perderiam a vida para a varíola.
A Revolta da Vacina comprova que o negacionismo sempre tenta exercer influência na sociedade e que agora, com a revolução digital, durante a pandemia da Covid-19, demonstrou novamente sua força.
Mais recentemente, “politização da pandemia”, um presidente e um governo negacionista, a radicalização e o uso da religião para afirmar as “vacinas como um pecado contra Deus”, o excesso de informações, as fake news, utilizaram dos meios digitais para negar a ciência e para manipular as pessoas através de questionamentos de outros conhecimentos científicos que salvam vidas. Na prática, este movimento negacionista já afeta o calendário de vacinação das crianças no Brasil, afrontando inclusive o Estatuto da Criança e do Adolescente que, em parágrafo único afirma: “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos indicados pelas autoridades sanitárias”.
A ciência, através de seus avanços e das descobertas de novas vacinas, é a razão de já termos erradicado diversas doenças letais. Sem a ciência, a humanidade ainda estaria sofrendo catastroficamente por conta de muitos vírus destruidores de vidas. Negar a ciência é tolo, atitude fútil e pode levar a graves consequências num futuro próximo.
Infelizmente, o negacionismo, que já existia, se fortalece com as novas mídias e redes sociais, substituindo o senso crítico por um errôneo senso comum.
Devemos combater as notícias falsas e as muitas inverdades para garantirmos uma maior eficácia no combate à Covid-19, evitando a morte injustificada de milhares de pessoas. O que deveria nos mover é: conhecimento, cuidados e vacina no braço!
Assim como o conhecimento, a ignorância é uma construção. Ignorância não é simplesmente falta de conhecimento. Pelo contrário, a ignorância tem sido ativamente construída e produzida socialmente dentro de determinados contextos e processos políticos. Compreender a produção da ignorância é essencial para saber como enfrentá-la com conhecimento e informação. (Autor Richard Parker) Leia mais: https://www.neipies.com/covid-19-e-a-producao-da-ignorancia/
Autor: Luís Gustavo Dalchiavon Pies, Estudante terceiro ano Ensino Médio.
Edição: Alexsandro Rosset