Uma mancha em minha pele poderia ser indício de uma doença grave! Desde Platão, passando pelo cristianismo, as palavras são dotadas de grande poder. Cuidemo-nos! Adoecer também é um aprendizado!
Especificamente, algumas palavras, a exemplo da referida para qualificar uma hipótese de doença grave, que poderia destruir meu corpo, são carregadas de poder emocional e material. Em linguagem da ciência quântica, do século XXI, com a qual eu compactuo e reproduzo, as palavras têm energia. Eu Acredito!
Mesmo orientado a rejeitar e negar algumas palavras, me senti obrigado a procurar o Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer um diagnóstico. Fui no Cais da Petrópolis e, após transcorridos seis meses, fui chamado no Cais da Vila Luiza (Passo Fundo- RS).
Vale registrar que na minha condição de professor da rede pública do estado, além do SUS, pago um plano de saúde (IPE), denominado de regime próprio, no qual está incluído atendimento de profissionais e instituições vinculadas com saúde/doença, mas que apresenta restrições de profissionais para o atendimento e realização de diagnósticos, no caso de doenças de pele (dermatologistas).
Com a lentidão, mais de doze meses esperando pelo diagnóstico do SUS e a pressão causada pela hipótese de gravidade da possível doença, concordei em pagar consulta particular.
A primeira consulta resultou no encaminhamento para nova consulta. O pagamento da nova consulta, resultou no encaminhamento para uma consulta, com um cirurgião. Marquei e paguei uma nova consulta que indicou encaminhamento para um exame cirúrgico, que apresentou, após repetição de exames, a hipótese com laudo positivo.
Com a hipótese laudada, fui “embretado” a aceitar uma nova cirurgia, altamente agressiva, para averiguar se a doença, além da pele, não estava alastrada em outros órgãos do meu “templo sagrado” (alguém está interessado em saber quanto eu paguei pela cirurgia?). Pois então…
Me senti sem opção, paguei, mesmo sendo um negacionista (em muitos aspectos da existência).
Admito, por exemplo, que sou um negacionista da epistemologia “cartesiana dualista materialista reducionista”, mas não tive convicção para negar a importância de um novo exame cirúrgico, que agrediu profundamente minha pele e sistema nervoso do meu braço, incluindo a extração das minhas glândulas linfáticas sentinelas, antecedidas pela introdução de fármacos radiológicos (por óbvio agressivos) de alto valor financeiro, situadas entre meu braço e minha caixa toráxica.
Por fim, cabe informar que a cirurgia, antecedida por uma anestesia geral, foi agressiva, maior do que estava registrada na minha imaginação, pois eliminou uma grande área da pele, com uma profundidade que atingiu terminações nervosas periféricas, bem como a destruição de glândulas sentinelas, localizadas entre o braço e a caixa toráxica.
Os exames realizados a partir da segunda intervenção cirúrgica, para a extração de glândula sentinela, comprovaram que a “hipótese da doença” roubou uma parte preciosa do meu “templo sagrado”, mas comprovou, também, que a referida não foi além da pele!
Cuidemo-nos! Adoecer também é um aprendizado!
Autor: Israel Kujawa. Também escreveu e publicou no site outras 40 reflexões, dentre as quais destacamos a primeira: “Cuidados com as relações e o comportamento humano”: www.neipies.com/cuidados-com-as-relacoes-e-comportamento-humano-israel-kujawa/
Edição: A. R.
Mais uma grande reflexão de Israel Kujawa, um professor com formação humanista e uma percepção crítica da realidade. Parabéns!