Empreendedorismo é o nome com que o mercado diz às pessoas “Olha como fazes, conserte-te sozinho, do Estado não espere nada”, é a farsa de uma atividade econômica autônoma que encoraja para uma economia individual de voo curto no final do qual a frustração espreita.
O empreendedorismo pegou como a varíola. Surpreende-se o número de pessoas que ‘tem’ um empreendedorismo que muitas vezes está ligado a comida de plástico, mas em versão ‘gourmet’.
Em outros casos, são pequenos trabalhos em crochê, brinquedos para animais de estimação, velas ou sabonetes artesanais; nos bairros menos favorecidos fazem pão e outros panificados. Há de tudo, mas tudo para uma economia que não resulta das necessidades de quem consome, mas das de quem empreende, pequeno detalhe.
São empreendimentos que, na maioria das vezes, se esgotam em um público de família e amigos que compram para dar uma mão e que rapidamente deixam de consumir.
A necessidade, juntamente com a ideia de que empreender é fácil, algo como uma espécie de vontade que dispensa a viabilidade real do empreendido, está na base da frustração de pessoas que querem “salvar-se” sem ter as ferramentas básicas de um negócio onde é preciso ter habilidades, conhecimentos e competências específicas e capacidade de se autorganizar, é preciso conhecer o mercado mesmo que este seja modesto.
Trate-se de uma ilusão, a de uma economia que coloca a tônica no esforço individual, que frustra a massa de empresários que quiseram mas não souberam.
Empreendedorismo é o nome com que o mercado diz às pessoas “Olha como fazes, conserte-te sozinho, do Estado não espere nada”, é a farsa de uma atividade econômica autônoma que encoraja para uma economia individual de voo curto no final do qual a frustração espreita.