Além dos salários congelados desde novembro de 2014 e a consequente redução do perda do poder de compra em 39,53% em seis anos, os educadores(as) gaúchos também amargam um auxílio refeição extremamente defasado, de R$ 10,11.
Estudo do Dieese destaca que, até 2018, o Estado vinha realizando reajustes de acordo com o índice geral da inflação, conforme gráfico abaixo. Nos dois anos do governo Leite, no entanto, nem esta correção ocorreu.
Para compor a inflação do período seria necessário um incremento de pelo menos 8,35%, o que representaria 84 centavos a mais por dia, ou R$ 18,57 ao mês. Vale lembrar que este custo não seria repassado integralmente ao governo uma vez que o servidor(a) paga parte do VR com desconto em folha.
O Dieese também ressalta que o preço médio do almoço em Porto Alegre, de acordo com a Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador, é de R$ 34,061 (considerado o custo da refeição, bebida, cafezinho e sobremesa).
Assim, o vale conferido pelo Estado equivale a 29,7% do valor médio de uma refeição.
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Enquanto isso, a cesta básica na capital registrou alta de 79,7% desde o último reajuste salarial, em novembro de 2014.
No gráfico abaixo, é possível visualizar a variação no preço de produtos selecionados. Os efeitos da inflação não são iguais para toda a população e os gastos com alimentação acabam pesando mais para os que menos ganham, já que grande parte do orçamento é gasto com alimentos.
O Dieese avalia a combinação da alta de preços, arrocho salarial e congelamento do VR como “catastrófica”, notando que ainda que a inflação fosse zero, a maioria dos trabalhadores(as) continuaria com rendimentos muito baixos para fazer frente ao custo de vida.