Desenvolver nossa consciência ética

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As ações humanitárias de uma pessoa
revelam a sua consciência ética.
Ela percebe que pode propiciar
felicidade para si e para os outros.

O ser humano é o único “animal ético” que existe. Somente ele pode apresentar a consciência criativa, pensar de forma abstrata, na beleza, na tolerância, na bondade, na esperança, na gratidão, etc. e cultivar pensamentos elevados e nobres.

Ele tem a tendência inata a acreditar em Deus, um ser superior, criador de tudo e no que é belo, bom e verdadeiro.

A consciência ética é inerente ao ser humano, ela está presente no âmago de si, em potencial e precisa ser desenvolvida, estimulada a desabrochar pela educação, no verdadeiro sentido etimológico da palavra: “extrair de dentro”.

O processo de aprendizagem ética ocorre gradativamente com o autodescobrimento.

Em que consiste o autodescobrimento?  É o despertar de si, do self, superando o ego. O despertar da identidade divina que cada um traz em si. É a capacidade de perceber-se um ser único, extraordinário, peculiar, diferente dos outros, com imenso potencial positivo a ser desenvolvido, que vai lhe propiciar a aquisição de valores, o senso de liberdade e de escolha de experiências que lhe cabe vivenciar.

O aluno do Ensino Religioso, no Ensino Fundamental, ainda está dominado pelo egocentrismo da infância, especialmente nos anos iniciais. Isto lhe dificulta o discernimento entre o certo e o errado, o bem e o mal, o bom e o pernicioso.  A linguagem simbólica da Arte – a Literatura, a Pintura, o Desenho, a Música, a Dança, o Teatro – facilita a compreensão e aquisição de valores morais e das atitudes éticas coerentes.

Cabe ao componente curricular do Ensino Religioso ajudá-lo a descortinar as aquisições éticas indispensáveis à afirmação de si mesmo, através da introspecção, que é o processo de conduzir a atenção para dentro de si, para a análise das possibilidades íntimas que ajudam o amadurecimento psicológico.

Aprender a centrar-se em si, cria um clima de segurança emocional para a realização de cada ação proposta pelo professor do Ensino Religioso sobre a questão em pauta, agindo com calma, serenidade, confiança e rigor, percebendo o outro e o respeitando com suas peculiaridades e diferenças.

A reflexão sobre si mesmo ajuda o aluno a assumir sua identidade e humanidade.

As boas ações praticadas pela pessoa revelam o nível de desenvolvimento de sua consciência ética. Ela percebe que a prática do bem lhe dá felicidade, que é um estado de bem-estar que se irradia, alcançando os outros, como se fosse uma luz que se expande em todas as direções, ampliando o senso de responsabilidade pela vida que se expressa na Natureza.

O aluno vai ficar consciente que ser ético é ser agente do progresso, das edificações beneficentes e culturais de seu grupo social, começando pela família, escola e a sociedade.

Entenda neste vídeo explicativo, o que é Ética.



“A consciência ética é a conquista da iluminação, da lucidez intelecto-moral, do dever solidário e humano. Ela proporciona uma criatividade construtiva ilimitada, que conduz a santificação, na fé religiosa; ao heroísmo, na luta cotidiana e nas batalhas profissionais; ao apogeu, na arte, na ciência, na filosofia, pelo empenho que enseja em favor de uma plena identificação com o ideal abraçado”. (O Homem Integral – Divaldo Franco, p. 61)

As ações humanitárias de uma pessoa revelam a sua consciência ética. Ela percebe que pode propiciar felicidade para si e para os outros. Tem muita empatia que é a capacidade de perceber e sentir o que os outros sentem, buscando contribuir para minorar os problemas existenciais do próximo.

Encontram-se, na História da humanidade, inúmeros exemplos de pessoas que desenvolveram em alto grau a consciência ética, deixando, através de suas vidas, registros de obras beneméritas, revelando a capacidade de empatia que elas tinham de perceber os sentimentos dos outros e de buscar ajudar, iluminando suas vidas. Alguns destes personagens históricos: Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Albert Schweitzer, Allan Kardec, Hans Christian Andersen, João Henrique Bach, Mozart, Villa Lobos, Mari Curie, Monteiro Lobato…


Autora: Gladis Pedersen de Oliveira, Pedagoga – Especialista em Educação (gladispedersen@gmail.com)



Bibliografia consultada

 Oliveira, Gladis Pedersen – Educação: A Arte de Manejar o Caráter – Olsen Editora
 Idem – A Literatura e a Magia da Arte de Contar Histórias – Olsen Editora
 Rodrigues, Miriam – Educação Emocional Positiva – Sinopsys
 Franco, Divaldo Pereira – O Homem Integral – Leal Editora
 Idem – Vida, Desafios e Soluções    – Leal Editora

Glossário

(Contribuições professora Nara Vidal)

Inata: que faz parte do indivíduo desde o seu nascimento; congênito. Que nasce com o indivíduo; inerente: características inatas.
Âmago: a parte que fica no centro de qualquer coisa ou pessoa; parte central. Cerne. Egocentrismo: conjunto de atitudes ou comportamentos indicando que um indivíduo se refere essencialmente a si mesmo. Egoísmo.
Introspecção: reflexão que a pessoa faz sobre o que ocorre no seu íntimo, sobre suas experiências etc. Observação e descrição do conteúdo (pensamentos, sentimentos) da própria mente.
Beneméritas: Que ou quem ajuda ou faz o bem a outrem. = BENFEITOR



Proposta de uma atividade pedagógica

Esta atividade pode ser aplicada a estudantes de Sétimos Anos do Ensino Fundamental ou em turmas do Ensino Médio.

No Sétimo Ano, Unidade temática: Crenças religiosas e filosofias de vida, Objetos de Conhecimento:  Princípios éticos e valores religiosos. Habilidades: (EF07ER06) Identificar princípios éticos em diferentes tradições religiosas e filosofias de vida, discutindo como podem influenciar condutas pessoais e práticas sociais. (EF07ER06RS-5) Identificar criticamente a relação entre fé, razão e ética.

Para  aprofundar os conhecimentos, após leitura do texto:

  1. A autora Gládis Pedersen fala da importância do autodescobrimento. O que é que é autodescobrir-se?
  2. “As boas ações praticadas pela pessoa revelam o nível de desenvolvimento de sua consciência ética. Ela percebe que a prática do bem lhe dá felicidade, que é um estado de bem-estar que se irradia, alcançando os outros, como se fosse uma luz que se expande em todas as direções, ampliando o senso de responsabilidade pela vida que se expressa na Natureza”. Você conhece ou já fez uma boa ação, que te deu grande satisfação e retorno de felicidade? Descreva.
  • A autora cita pessoas com alto grau de consciência ética como Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Albert Schweitzer, Allan Kardec, Hans Christian Andersen, João Henrique Bach, Mozart, Villa Lobos, Mari Curie, Monteiro Lobato. Faça pesquisa rápida na internet e escreva quem foram e o que faziam estas pessoas.
  • Crie uma frase, completando a afirmação: Consciência ética é…..

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