Dia Internacional da Mulher

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Foi só no século XIX que as coisas começaram a mudar.
Já no século XX as mulheres ganharam as ruas e
reivindicaram melhorias salariais e
redução nas jornadas de trabalho.

Por muito tempo, a mulher ficou restringida a uma imagem limitada e distorcida de si mesma. Ao longo dos séculos, identificar uma imagem positiva das mulheres na história da humanidade se tornou tarefa quase impossível.

Elas foram protagonistas de uma história marcada por dores, sofrimento, lutas e violência, devido, exatamente, à subordinação que através dos séculos, lhes foi imposta pelo machismo dominante.

Ao longo dos tempos o patriarcado determinou que as mulheres fossem inferiores e, portanto, submissas aos homens. A ideologia patriarcal colocou em oposição homens e mulheres, fundamentando-se na divisão sexual das tarefas e no controle da sexualidade feminina.

As mulheres não encontraram aliados no Renascimento. O Iluminismo, representou para as mulheres, a tão sonhada oportunidade de emancipação.

Às vésperas da Rev. Francesa, escritores e filósofos iluministas, exploraram a emancipação feminina nos seus programas políticos, reivindicando o direito à cidadania e valorização da mulher no mundo masculino. Ficou só no discurso.

Foi só no século XIX que as coisas começaram a mudar. Já no século XX as mulheres ganharam as ruas e reivindicaram melhorias salariais e redução nas jornadas de trabalho.

Em 1911, houve em Nova Iorque um incêndio na Triangle Shirtwaist Company, que vitimou criminosamente 146 trabalhadoras. A tragédia teria inspirado a criação do “Dia Internacional da mulher”.

No Brasil, a situação da mulher não foi diferente. Os desejos e sonhos femininos eram ignorados, as mulheres não eram ouvidas, ou melhor, sequer se manifestavam, pois eram educadas para o silêncio, a resignação e a obediência. Belas, recatadas e do lar.

Isto marcou a realidade do mundo feminino brasileiro durante séculos. Mas elas buscaram seu espaço até chegar a eleger uma mulher para a Presidência da República, vítima de um golpe torpe.

Agora, entretanto, na onda conservadora que atingiu a política brasileira, representada por um Presidente que transita entre o anedotário e a psicopatia, o patriarcalismo ressurge, com traços inequívocos de misoginia.

Entre o silêncio do passado e a nova polifonia, entre as esposas obedientes, a legião de executivas e as donas de casa, existe um histórico de rubores, proibições, censuras, violências, como o caso da vereadora Marielle – e uma longa batalha.

Foi um duro, espinhoso e árduo caminho percorrido pelas mulheres para consolidar sua afirmação. Não será um governo caracterizado pela intolerância e a misoginia, que as remeterá de volta a um passado de submissão.

Salve o Dia Internacional da Mulher! Salve as lutas das mulheres brasileiras!

Desafio atual no Brasil: compreender o Feminicídio, morte de mulheres pelo simples motivo de serem mulheres — em outras palavras, que tenha sido motivada por sua “condição” de mulher.

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