As posturas radicalmente diferentes dos dois blocos
constituem indicadores importantes sobre o Brasil que temos
e, o mais assustador, a possibilidade de radicalizá-lo
ainda mais no futuro.
A caravana de Lula pelo Rio Grande do Sul ainda vai produzir muitos trabalhos teóricos sobre o “desnível” de muitos grupos militantes para viver republicanamente em um país democrático.
Historicamente, a direita sempre foi violenta e covarde. O seu alimento é o ódio e suas próprias frustrações. As arruaças, seu prazer. O que vemos é o alarido autoritário, a agressão gratuita, a negação de direitos elementares e constitucionais.
Estas turbas que andam pelas ruas, alimentando as redes sociais, são marionetes de fascistas de longa história, que agora entram em êxtase com os ecos dos filhotes de suas ninhadas. São matilhas deste lúmpen ignorante e violento criado pelo autoritarismo. Está tudo com os conformes da história.
São as classes sociais que dominam sociedades injustas e autoritárias, que criam a la farta os grupos abjetos de capangas, jagunços, lacaios, militantes abandidados, e correntes de ódios para impedir os direitos dos outros.
Há uma grande diferença com a esquerda em geral, com os republicanos e democratas.
Bolsonaro também fez a sua caravana recentemente pelo Rio Grande do Sul. Todo mundo conhece a sua história macabra e seus desejos de retorno do autoritarismo, negação de direitos republicanos, conquistas harmonizadoras das sociedades propostas pelos direitos humanos.
A caravana do Bolsonaro foi recebida efusivamente pelos seus correligionários. Fez sua pregação. Destilou ódios e mostrou sua vaga plataforma de um paizinho mixo de caserna. Todos que foram vítimas do que ele defende não foram perturbá-lo fisicamente e nem cercear o seu discurso.
Os democratas e republicanos, a esquerda em geral e os movimentos sociais, inclusive com poder de mobilização muito maior que os apoiadores de Bolsonaro, não fizeram um só gesto para calá-lo ou impedir a sua mobilização. Vale lembrar que estes movimentos anti-Bolsonaro ultrapassam em muito o petismo.
Bolsonaro passou para deslumbre de seus partidários, deixou outdoors semeados com sua figura patética e ameaçadora; enormes audiovisuais reproduzem seu semblante ameaçador nas paredes dos prédios sem que tenha recebido uma pedrinha sequer…
As posturas radicalmente diferentes dos dois blocos constituem indicadores importantes sobre o Brasil que temos e, o mais assustador, a possibilidade de radicalizá-lo ainda mais no futuro.
O que o anti-lulismo está fazendo é somente a antecipação de momentos ainda mais tensos e violentos. E tem revelado o quanto é torpe nas relações sociais e humanas, o quanto trabalha contra a formação de uma sociedade que divirja sob preceitos republicanos e democratas.