Sem educação, sem cultura, sem ciência e tecnologia,
como passaremos do nosso histórico atraso
para o desenvolvimento?
O retrocesso nas políticas educacional, cultural, científica, tecnológica e ambiental vem caracterizando o governo Bolsonaro. Com especial atenção, o bolsonarismo, está destruindo educação e cultura que são vistas, assim como os professores, inimigos do novo regime instaurado no país.
É assustador e trágico assistir a destruição do presente e, consequentemente, do futuro das novas gerações. Sem educação, sem cultura, sem ciência e tecnologia, como passaremos do nosso histórico atraso para o desenvolvimento?
O corte impiedoso e drástico nos recursos destinados à estas áreas é explicitado no criminoso combate à universidade pública. Exatamente esta que investe na pesquisa, forma quadros, dá acesso e proporciona o conhecimento aos mais humildes.
Enquanto países como Alemanha, China, Coréia do Sul, EUA, Japão investem bilhões de dólares em educação, cultura, tecnologia, aqui, Bolsonaro determinou um corte geral de 40% no custeio das universidades federais.
Alemanha anuncia 160 bilhões de euros para universidades e pesquisas. Valor significa aumento médio anual de 2 bilhões de euros nos investimentos em ensino superior e centros de pesquisa durante o período de 2021 a 2030. “Estamos garantindo a prosperidade de nosso país”, diz ministra. Veja mais aqui.
Já o Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação foi “presenteado” com um corte de cerca de meio bilhão de reais em seu orçamento.
Há, de parte do bolsonarismo uma verdadeira loucura ideológica, além, de uma evidente e articulada mobilização de interesses econômicos.
Poderosos fundos estrangeiros assistem de camarote a destruição do ensino público nacional, enquanto calculam o que irão faturar com o seu desmantelamento.
Educação, ciência e cultura são, na visão do “iluminado” governo Bolsonaro, secundárias.
Não fiquei surpreso, portanto, com o anúncio de que não teremos este ano a Jornada Nacional de Literatura.
Não existem verbas, anunciam os frustrados organizadores de um dos maiores eventos culturais do país.
É bem verdade que esta não é a primeira vez que isto acontece.
Conheça um pouco das atividades da Jornada Nacional de Literatura 2017.
Talvez se um painel sobre a “história das armas” e palestras com escritores “terrivelmente evangélicos”, fossem incluídos na programação da Jornada, esta ganhasse a atenção do governo do capitão. Até março de 2020 há tempo para tais “inovações”.
É lugar comum, mas muito verdadeiro, dizer que saber é poder. A habilidade de construir conhecimento sobre a própria existência é exclusiva do ser humano.
O conhecimento, usado como ferramenta de reflexão, é transformador. Isto incomoda um governo reacionário, autoritário, messiânico, pré-medieval, como o que existe hoje em Brasília, representante do que há de pior em nossa “elite do atraso”.
O Estado Brasileiro nunca promoveu a revolução educacional. É refém histórico das elites proprietárias que precisam manter o povo na ignorância e na incultura para ocultar a perversidade de seu projeto social de enriquecimento ilimitado, para reproduzir seus privilégios e se perpetuar no poder.