Educação ou Prisão? O futuro que escolhemos construir

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A hipocrisia de acreditar que mais prisões resolverão o problema da violência precisa acabar. Vamos acordar! O Brasil não precisa de mais presídios; precisa de educação, inclusão e oportunidades para que o futuro de nossos jovens não seja traçado dentro de uma cela.

O governador Eduardo Leite discursou recentemente sobre o aumento do número de vagas em presídios, reformas no sistema carcerário e a ampliação do efetivo policial. No entanto, diante desse cenário, não podemos deixar de questionar: e a educação? Onde estão os investimentos em escolas reformadas, salários dignos para educadores, materiais didáticos atualizados, tecnologia em sala de aula, cursos profissionalizantes e políticas de combate à evasão escolar?

Se não priorizarmos a educação, essas novas vagas nos presídios serão rapidamente preenchidas. O Estado insiste em ignorar uma verdade incontestável: o que ele não atende, alguém atende. Assim, crescem as facções, os recrutamentos e a marginalização da juventude, que vê no crime a única oportunidade de sobrevivência e pertencimento.

É preciso coragem para admitir que a prisão não recupera, não previne o crime e tampouco garante segurança à sociedade. Aquele que hoje está encarcerado, amanhã retorna ao convívio social. E o que estamos fazendo para que esse retorno seja digno?

O sistema prisional, em sua estrutura falida, apenas acumula rancor, ódio e desejo de vingança. Se um número expressivo de pessoas volta a delinquir após o cumprimento da pena, não deveríamos nos perguntar o porquê, ao invés de apenas pedir mais prisões?

O que precisamos não são novas celas, mas sim oportunidades reais de transformação. Espaços profissionalizantes, escolas estruturadas, campanhas de reinserção social, incentivos para o acolhimento de egressos e políticas eficazes de combate à dependência química. Só assim podemos quebrar esse ciclo perverso que se repete há décadas.

A hipocrisia de acreditar que mais prisões resolverão o problema da violência precisa acabar. Vamos acordar! O Brasil não precisa de mais presídios; precisa de educação, inclusão e oportunidades para que o futuro de nossos jovens não seja traçado dentro de uma cela.

A solução duradoura para os problemas de convivência social não passa pela construção de novos presídios, pela propagação de mais ódio e violência e nem pelo endurecimento de nossas leis. A cura dos nossos males está na promoção da vida e da humanidade, através do cultivo do amor e do afeto. E na promoção da justiça. (Nei Alberto Pies) Leia mais: www.neipies.com/amizade-amor-e-afetos/

Autora: Vera Dalzotto. Esta é a primeira publicação de muitas outras que virão na sequência.  Sou Voluntária da Pastoral Carcerária Nacional, um serviço da Igreja Católica dedicado à evangelização e promoção da dignidade humana.

Edição: A. R.

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