Educador: uma vocação em extinção?

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Se nós professores e professoras não tomarmos nas mãos nossa profissão, não nos ocuparmos dela, não lutarmos por ela estaremos fadados à eucaliptos. Bonitos, enfileirados e prontos para o corte.

Hoje poderia ser um dia como qualquer outro, mas não é. Hoje foi um daqueles dias que mexe com a gente. As notícias de ataque da autoridade à carreira profissional e os sinais de desvalorização aos professores trazem tristeza, frustração e indignação.

Ao mesmo tempo, recebo no corredor um desenho de um aluno-educando. Aluno-educando pois está em virtuoso processo de “o sem luz” para o processo do “educere” trazer a luz. Ele me fez refletir o quanto faz um professor, a responsabilidade que nos cabe e a vastidão do que operamos.

Pisar e frequentar o chão da sala de aula de uma escola pública de educação básica é para poucos. Um reino a parte. Neste micro espaço de metros quadrados vive gente, vivem sonhos, vive o futuro.

Minha mente fervilhava entre uma aula e outra, uma explicação e outra, uma avaliação para encaminhar, uma turma e outra… e eu pensava no ser professor.

Rubens Alves tem um texto curto mas muito significativo. Fala do professor-eucalipto e do educador-jequitibá. Eucalipto e Jequitibá não é tudo árvore? Tem diferença?

Assista ao vídeo: https://youtu.be/_lDogg4j5qU?t=6

Professor-eucalipto aquele das cifras, enfileirados em posição de sentido, padronizados. Preparados para o corte. São entidades descartáveis, sai um já cresce depressa o outro. Substitui. Se analisa o custo. Educador envolve vocação, envolve dedicação amorosa (não estou falando que amor paga conta) envolve grande esperança.

O educador-jequitibá tem personalidade, tem alma, que sente o que ninguém sentiu. É artesanal, é unico, tem paixões, visões, tem liberdade. O que aconteceu com ele? Existirá o nicho ecológico que torna possível sua existência? Será que alguém lhe concede a palavra?

Estão lentamente derrubando a floresta, derrubando árvores e, em seu lugar, querem eucaliptos.

Pois no final da manhã me vem o Pedro com essa chave do céu e me trouxe um alento. Ele me entrega um desenho e me faz perceber que é preciso vir de dentro.

Se nós professores não tomarmos nas mãos nossa profissão, não nos ocuparmos dela, não lutarmos por ela estaremos fadados à eucaliptos. Bonitos, enfileirados e prontos para o corte.

O VIII Congresso dos Professores Municipais de Passo Fundo ocorrerá no dia 30 de agosto, no Centro de Eventos do Campus I da Universidade de Passo Fundo (UPF). O tema desta edição será “Magistério: uma carreira em extinção?”.

No turno da manhã, o horário será das 8h às 11h30min e terá como palestrantes a Vereadora Professora Regina Costa dos Santos e o psicanalista Dr. Francisco dos Santos Filho. ⏰ No turno da tarde, o horário será das 13h15min às 17h30min e terá como palestrantes um representante do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria e o professor Dr. Altair Alberto Fávero. Ambos os turnos contarão com a mediação do professor Nei Alberto Pies.

Pré-Congresso 2023!

“Magistério: uma carreira em extinção?”. O tema do VIII Congresso dos Professores Municipais foi debatido na noite desta quarta-feira (16) durante o Pré-Congresso, ocorrido na sede do CMP Sindicato, que contou com a participação do advogado da entidade, Dr. Henrique Cullmann.

No encontro, os professores puderam discutir questões de valorização dos educadores, como a Lei do Piso Nacional do Magistério, além de refletir sobre as causas da desvalorização, ocasionada pelos constantes ataques sofridos pela educação.

Um dos principais assuntos debatidos foi a atual reforma administrativa proposta pela administração municipal ao legislativo, que impacta negativamente os docentes no seu plano de carreira, como no caso das progressões dos futuros professores. O Sindicato prontamente posiciona-se contrário ao projeto e informa que tomará ações de defesa dos direitos dos nossos educadores.

Autora: Márcia Carbonari, professora da educação básica, formada em história.

Edição: A.R.

1 COMENTÁRIO

  1. Pois é a profissão/carreira de professor corre o risco de ser extinta mesmo sabendo que independente da profissão todos temos que passar por professores para chegarmos a algum objetivo profissional mas infelizmente está profissão está sendo cada dia mais desvaloriza e ainda correndo o risco de ser extinta ou trocada por robôs porque hoje em dia tudo corre em torno da informática da tecnologia.

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