Desejo que qualquer um,
em qualquer profissão,
tenha uma vida digna e feliz.

 

Acompanhei a polêmica sobre a brincadeira “se nada der certo”, na qual alguns alunos imaginavam o que fariam, caso não tivessem êxito na vida acadêmica. Pensei nos meus filhos e sobrinhos. Pensei no futuro deles, no que eu desejo para eles. O significaria “dar certo ou errado”?

Duas escolas do Rio Grande do Sul criaram, em ocasiões diferentes, uma atividade curiosa. Os alunos do terceiro ano do ensino médio se fantasiaram dentro do desafio : e se os meus planos de vestibular e de vida falharem? Desafio dado e surgiram garis, faxineiras, vendedoras, presidiários etc. As fotos circulam pela internet. Qual o problema da atividade?

Dar errado, para mim, é ser alguém desonesto, intolerante, violento. É ser estelionatário, assaltante, traficante. Ver que alguém que eu amo tornou-se uma pessoa que pensa só em si, e que se considera melhor do que os outros pelo simples fato de ter nascido numa situação econômica mais favorável, seria uma constatação de que “deu errado”.

Se tudo der certo, meus filhos, sobrinhos e amigos vão estudar, aprender, trabalhar. Vão encontrar uma profissão da qual gostem e vão poder viver dela. Vão ter uma vida material confortável e segura.

Espero que tudo dê certo, e que eles e todos os jovens do país possam seguir o caminho profissional que desejarem e se destacar pela sua competência. Qual profissão eles terão? Não sei. Para mim, tanto faz, desde que seja uma atividade honesta e que possa ajuda-los a ser pessoas melhores.

Na verdade, para os que puderem ir mais longe nos estudos e nos sonhos, desejo que tudo dê mais certo ainda. Desejo que eles aprendam a respeitar as diferenças, mesmo quando não puderem compreendê-las.

Desejo que percebam que nem todos têm as mesmas oportunidades, infelizmente. Desejo que entendam que são privilegiados, mas que isso não os torna melhores, apenas mais obrigados a desempenhar um papel social construtivo. Espero que compreendam que fazem parte de uma comunidade, que suas ações têm consequências, e eles são responsáveis por elas.

Espero que tudo dê certo para todos. Mas se a vida não acontecer conforme a expectativa, e ao invés de médico, um filho ou sobrinho acabar sendo atendente de lanchonete, desejo que isso dê certo. Desejo que ele possa trabalhar de forma produtiva e honesta, que seja remunerado decentemente e respeitado por colegas e clientes. Desejo que qualquer um, em qualquer profissão, tenha uma vida digna e feliz.

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