Filme ‘Divertida Mente faz bem para adultos, crianças, adolescentes e jovens

Adultos e crianças, ao se perderem nesse mar de cores e sentimentos, encontrarão não apenas diversão, mas uma rica tapeçaria de significados e insights que reverberarão muito além dos créditos finais. É uma dança com nossas próprias sombras, uma celebração do emaranhado de sentimentos que nos torna humanos”.

As profundezas do nosso ser no qual os mares da mente se entrelaçam com os rios do coração, ‘Divertida Mente’ convida-nos a embarcar em uma jornada encantadora pelas paisagens do inconsciente que nos foi apresentado por Freud e Jung. Não é apenas um filme, mas um mapa para o labirinto de emoções que nos compõe, um convite para navegar no oceano de sentimentos que habitam cada um de nós.

Na história de Riley, uma jovem em meio à turbulência da transição de sua vida, vemos a materialização de cinco personagens: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho.

Cada um desses personagens é uma pincelada vibrante no quadro emocional que pinta o nosso mundo interior. Alegria, com seu brilho solar, nos ensina que a felicidade é uma dança de luz sobre as sombras. Tristeza, por outro lado, nos lembra que há beleza e profundidade na melancolia, como a chuva que alimenta o solo seco, preparando-o para novas florescências. Raiva, com suas chamas indomáveis, mostra-se como uma força de mudança, enquanto o Medo nos sussurra cautela, um vigia constante no castelo da mente. E, por fim, Nojinho, com seu ar de superioridade, nos protege dos perigos do mundo, seja de brócolis ou de corações partidos.

‘Divertida Mente’ nos oferece um espelho, refletindo a complexidade de nossas próprias paisagens emocionais. É um lembrete sutil de que as emoções não são simples hóspedes em nossa casa interior, mas os arquitetos de nossa experiência. Em Riley, vemos a batalha contínua para equilibrar esses habitantes, cada um lutando por seu lugar ao sol da consciência. É através de seus olhos que aprendemos que nossas emoções não apenas nos influenciam, mas tecem o tecido de nossa identidade.

A jornada de Riley é, em última análise, uma lição de empatia e resiliência.

Enquanto ela atravessa os desafios inevitáveis da mudança — uma nova cidade, uma nova escola, um novo mundo — somos lembrados de que o caminho não é fácil, mas é necessário. Assim como um rio esculpe seu caminho através de rochas intransigentes, somos convidados a enfrentar nossos próprios desafios com coragem e compaixão. A resiliência, assim, emerge como a ponte entre o que fomos e o que podemos ser.

Mais do que uma exploração do universo individual de Riley, o filme é uma porta aberta para conversas significativas. Ele nos proporciona uma linguagem universal para discutir o inefável: as emoções. Quando famílias se reúnem em torno desta narrativa, elas têm a chance de desvendar suas próprias histórias emocionais, de falar sobre o que muitas vezes permanece silencioso. As crianças, ao assistirem às aventuras emocionais de Riley, são encorajadas a expressar seus próprios sentimentos, enquanto os adultos são levados a refletir sobre as raízes e ramos de suas próprias experiências emocionais.

Visualmente, “Divertida Mente” é um banquete para os olhos, uma tapeçaria animada de cor e imaginação. A genialidade da Pixar ao traduzir conceitos abstratos em visuais tangíveis inspira-nos a sonhar além das limitações do cotidiano. Esse universo onírico, onde a criatividade não conhece fronteiras, é uma ode ao poder da imaginação, que nos convida a explorar as vastidões ainda não mapeadas de nossas mentes.

Assistir “Divertida Mente” é mais do que uma mera atividade de entretenimento; é um mergulho nas profundezas do inconsciente, uma exploração poética das emoções que nos definem. Adultos e crianças, ao se perderem nesse mar de cores e sentimentos, encontrarão não apenas diversão, mas uma rica tapeçaria de significados e insights que reverberarão muito além dos créditos finais. É uma dança com nossas próprias sombras, uma celebração do emaranhado de sentimentos que nos torna humanos”.

Autor: Prof. Dr. Mauro Gaglietti. Titular da Cadeira 31 da Academia Passo-Fundense de Letras/ Professor da Pós-Graduação em Justiça Restaurativa e Mediação por intermédio da empatia da URI [Santiago, RS] /Mediador de Conflitos e Mentor em Soft Skills nas empresas, escolas e instituições. Também escreveu e publicou no site “Chamado das rosas noturnas no sul do Brasil”: https://www.neipies.com/chamado-das-rosas-noturnas-no-sul-do-brasil/

Edição: A. R.

1 COMENTÁRIO

  1. Um excelente texto! Divertida mente nos convoca a desenvolvermos o autoconhecimento sem o qual não há o desenvolvimento das competências sócio emocionais.
    Por muito tempo, apegados a um modelo cartesiano negligenciamos as emoções e o poder das mesmas em nossa vida.

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