Quer saber por que fiz as pazes com ele? Porque cheguei à conclusão de que não será uma figura imaginária que ofuscará a pessoa de Jesus no Natal. Já houve quem até satanizasse o velhinho.
Devo admitir que aprecio muito a atmosfera natalina. Gosto de ver as casas enfeitadas, o corre-corre, a mesa farta, a troca de presentes, e até… o Papai Noel. Sou fã do bom velhinho. Tive minhas desavenças com ele anos atrás, pois julgava que estava usurpando o lugar de Cristo. De um tempo pra cá, fiz as pazes com Noel. Antes que alguém me esconjure, deixe-me explicar.
Gosto de ver as casas enfeitadas, porque nesta época do ano elas se tornam mais aconchegantes. Os olhos da criançada brilham enquanto vêem a mãe enfeitando a árvore com penduricalhos e pisca-pisca. Quem não tem uma boa lembrança da infância quando chega este período do ano?
As casas iluminadas contagiam a vizinhança de um clima de celebração. É lindo ver os filhos envolvidos na decoração da casa. Quando vejo um pinheiro de natal, lembro-me de que foi Martinho Lutero, o reformador protestante quem começou esta tradição. As bolas representavam o fruto do Espírito Santo. O pinheiro foi escolhido porque é a única árvore a sobreviver à estação do inverno nos países onde é mais rigoroso sem perder a folhagem.
E quanto ao Papai Noel? Quer saber por que fiz as pazes com ele? Porque cheguei à conclusão de que não será uma figura imaginária que ofuscará a pessoa de Jesus no Natal. Já houve quem até satanizasse o velhinho.
Uma igreja na Inglaterra chegou a dizer que o seu nome em inglês seria um anagrama do nome “Satan”. Isso porque seu nome em inglês é Santa Claus, devido à tradição que o associa a São Nicolau. Na mente fértil desta turma, Santa, como geralmente é chamado pela criançada nos países de língua inglesa, seria na verdade Satan, bastando trocar a letra “n” de lugar. #Peloamordedeus!
Imagina se o meu Jesus ficaria enciumado por causa de um personagem fictício, que no imaginário popular representa generosidade! Por que não usar a própria figura do Papai Noel para anunciar a Cristo às crianças? Seria muito mais produtivo do que simplesmente demonizá-lo. Imagine alguém fantasiado de Noel numa comunidade carente, com o saco cheio de presentes para criançada, de repente, antes de distribuí-lo, ele anuncia que o verdadeiro presente de Natal é Jesus, dado por Deus aos homens para que tenham vida eterna.
Ademais, sinto-me mais confortável de ver o “bom velhinho” sendo usado como garoto propaganda durante o período natalino, do que ver o meu Senhor tendo Sua imagem associada a qualquer que seja o produto. Seria, no mínimo, desrespeitoso.
Cristo jamais foi ameaçado por personagem algum. No Natal há lugar para o magos do Oriente, para os pastores de Belém, para o anjo Gabriel e para tantos outros personagens bíblicos, inclusive o malévolo rei Herodes. Noel entra de penetra, mas é bem-vindo.
Apesar de ser associado a Nicolau, um cristão primitivo que prezava as crianças, tornou-se num ícone natalino através de uma campanha da Coca-cola nos anos 30. Antes disso, ninguém o reconheceria vestido com aquela roupa vermelha, botas pretas, saco de brinquedos e trenó.
Dito isso, desejo antecipadamente a todos os meus leitores um Natal repleto de alegria e contentamento no Espírito. E que os cristãos não sejam vistos como estraga-prazeres, e sim como aqueles que têm motivo extra para festejar.
Autor: Hermes C. Fernandes
Edição: Alex Rosset