Com passos curtos, mas seguros, no auge de seus 90 anos,
o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco
é a personificação da paz e da bondade.
Disciplinado, comedido, bem humorado
e com uma vitalidade que impressiona.
Simplicidade na fala, sorriso largo e um olhar que desnuda a alma. Ele emana uma energia que vibra e toca diretamente o coração das pessoas. Impossível não se emocionar em sua presença. Um gigante que silencia multidões com palavras de amor.
Entrevistá-lo foi um momento único. Eu, com largos anos de carreira, me senti uma novata, ali encantada, inebriada com tanta sapiência, lucidez e amorosidade. Senti borboletas no estômago, como se estivesse em pleno “flerte”, hipnotizada com cada palavra, com cada frase.
Estar próxima deste ser iluminado, por parcos minutos, foram suficiente para receber uma onda energética inexplicável, que me deixou em estado de enlevo, experiência única que levarei por toda a vida.
Essas são algumas das minhas impressões, divido com vocês a coletiva para que tirem as próprias. Que sejamos uma onda a espalhar a “Boa Nova” de Divaldo, a “Boa Nova” do espiritismo.
Inquirido sobre como conquistar a alegria de viver, tratou da importância em se dar um sentido à vida.
“Acrescentando um objetivo à própria existência. Carl Gustav Jung, afirmava que nossa vida deve ter um sentido especial e que toda a vida vazia vai levar a transtorno neurótico, particularmente, a depressão e ao transtorno do pânico, então, é válido que tenhamos um ideal e traçando um ideal que nós tenhamos uma meta e, através dessa meta, a alegria de viver”, enfatizou o médium.
Divaldo foi muito próximo de Chico Xavier, tanto que na maioria de suas palestras ele faz referência ao amigo, sempre contando algum fato da vida do médium. E como há tantas especulações sobre comunicações atribuídas a Chico, lhe perguntei se o amigo teria lhe dado alguma comunicação.
“A mim pessoalmente não. Ele deve ter dado uma ou outra comunicação autêntica, as outras são invenções” alertou Divaldo.
Também abordei com o médium o momento histórico que vivemos com denúncias de corrupção, guerras, assassinatos e tantas verdades vindo à tona. Seria o momento de renovação da terra?
“Sim. É um processo de mudança onde a terra vai deixar de ser uma planeta de provas e expiações para ser um mundo de regeneração, mas essa crise é periódica, se nós olharmos a história da sociologia, antes de qualquer passo gigantesco da sociedade há sempre uma crise. Quando o Iluminismo francês foi apresentado logo veio a Revolução. No período da Revolução Industrial houve uma mudança de hábito na sociedade, hoje com a revolução virtual é natural que haja algumas mudanças, principalmente desmascarar o crime, a sordidez, a desonestidade que sempre existiu e foram acobertadas por leis injustas.
É preciso ter uma meta além da aspiração material e profissional. É através de palavras de esperança que as pessoas acreditam na possibilidade de paz interior. O médium em atividade mais importante do país, Divaldo Franco, é um exemplo dessa disseminação dos valores humanos e da propagação do bem. O embaixador da paz esteve em Caxias do Sul na quinta-feira, em uma conferência da doutrina espírita realizada nos Pavilhões da Festa da Uva, EM 2015. Veja mais.
Ainda, foi levantada a questão jornalística: como transmitir as informações de maneira a contribuir com a sociedade, sem explorar a tragédia.
“Dar preferência a notícias positivas, mas também anunciar as tragédias para que a criatura não fique pisando em falso achando estar no paraíso, mas não massacrar as mentes com lavagem cerebral, repetindo aquele drama que leva a população ao desvario e também a imitação porque psicopatas se sentem estimulados pela busca de uma fama. Se executada repetem os mesmos erros”, acrescentou Divaldo.
Ao final da entrevista solicitei uma mensagem para o povo de Passo Fundo ao que amorosamente atendeu.
“Vale a pena amar! Quando se ama, se atinge o alto nível da plenitude, quando se deseja ser amado, ainda se é uma criança ferida como dizia Jung. Se a pessoa não gosta de mim o problema é dela, mas eu tenho que gostar do próximo. Todos nós temos inimigos, mas isso não é importante, importante é amar o próximo!”
O que aconteceu espiritualmente, durante a palestra, não sei. O que tenho certeza é que ninguém que lá esteve voltou o mesmo para casa.