Apenas três candidaturas a presidente tem real compromisso com o fortalecimento do papel do estado e investimento no mercado de produção e consumo: Lula-Haddad-Manuela, Guilherme Boulos e Ciro Gomes. Estas candidaturas são comprometidas com um projeto de nação realmente democrático, desenvolvimentista e sustentável. 

 

Andando pelas ruas de nossa cidade, não tem como passar despercebido o aumento da quantidade de pessoas pedindo dinheiro ou revirando o lixo das ruas.

Ontem a noite encontrei dois homens nesse tipo de situação, depois me pediram dinheiro. Logo após, passando por um ponto de ônibus, um jovem me pede dinheiro para a passagem e hoje cedo na caminhada matinal próximo a uma padaria, um trabalhador desce de sua bicicleta e me pergunta se não tenho R$0,50.  Detalhe: Aqui não estamos tratando de pedintes profissionais, a exceção dos dois primeiros citados.

Ao mesmo tempo, vejo e me recordo do noticiário da imprensa que denuncia o retorno do Brasil ao mapa da fome, trazendo a recordação  de uma situação que deveria  ter ficado para trás, apenas como uma lembrança de “páginas  infelizes da nossa história”.

Essa realidade também me fez recordar   poemas de   Solano Trindade e Manuel  Bandeira.

O primeiro:  TEM GENTE COM FOME (Solano Trindade) -1944

“Trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Piiiiii
Estação de Caxias
de novo a dizer
de novo a correr
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome(…)”

O segundo: O BICHO (Manuel Bandeira) – 1947

“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.”

 

Se a fome aumenta, também aumenta o violência gerada pelo tráfico de drogas e a prostituição, assim também como um maior controle e dominação por parte dos velhos políticos e empresários de “bens”, pois um povo esfomeado fica mais sujeito as pressões para votar nos candidatos indicados pelos patrões e ser submetido aos salários degradantes e em condições de trabalho que beira ao tipo escravo.

Daí a importância dos programas de transferência de renda, incluindo o Bolsa Família e aumento real do salário mínimo. Sem isso, parte significativa da população fica mais carente e dependente da “caridade de quem os detesta”.

Como apenas três candidaturas a presidente tem  real compromisso com o fortalecimento do papel do estado e  investimento no mercado de produção e  consumo, por meio das medidas citadas acima, entre outras, vale a  pena acompanhar as campanhas de Lula-Haddad-Manuela, Guilherme Boulos e Ciro Gomes, bem como buscar escolher candidatos aos governos do estado, ao congresso e as assembleias estaduais, comprometidas com um projeto de nação realmente democrático, desenvolvimentista e sustentável.

Essas escolhas são fundamentais, porque o terceiro e o quarto poder, o judiciário e a imprensa, não darão trégua àqueles que desejam a retomada de um país que possa fazer jus ao que diz uma passagem de nosso hino nacional.

 

“Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!”

 

E como apesar disso tudo, não podemos deixar de acreditar e agir, que tal lembrar a nossa fé e resistência secular, que nos fez chegar até aqui? Mesmo com tantos golpes, roubos e traições.  A que nos faz insistir e re-existir.

“Credo” de   Milton Nascimento e Fernando Brant.(1978)

“Caminhando pela noite de nossa cidade. Acendendo a esperança e apagando a escuridão. Vamos, caminhando pelas ruas de nossa cidade. Viver, derramando a juventude pelos corações. Tenha fé no nosso povo que ele resiste”

 

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