Formação de professores: função de um Sindicato?

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Eventos e processos formativos mais
dialógicos ou os que desafiem a reflexão
e a escrita sobre as práticas docentes parecem
estar no horizonte das necessidades
contemporâneas da educação no
atual momento histórico.


Um Sindicato de Professores deve pensar, além de sua natureza específica de organização para a defesa, manutenção e conquista dos direitos, estratégias de formação para os docentes. A responsabilidade pela formação dos professores (continuada, em serviço) é das redes municipais e estaduais de ensino. Os professores devem valorizar esta formação e envolver-se da melhor forma possível, pois é imprescindível para a nossa atuação profissional.

As propostas e estratégias formativas de um sindicato de professores estão colocadas na perspectiva cidadã, do protagonismo dos professores e professoras, dos temas da atualidade, das relações e conflitos cotidianos na escola, dos interesses dos professores como cultura, saúde, arte, política, espiritualidade e relações sociais.

“Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho”.

O professor, assim como os demais profissionais, precisa atualizar-se permanentemente como ser humano em construção e em sua atuação profissional/pedagógica.

Nesta perspectiva, é importante entender que os professores/as já trazem uma bagagem específica de conhecimento (por sua formação acadêmica) e de trajetória de vida, mas podem juntos constituir aprendizagens significativas e específicas, gerando identidades próprias e específicas do “ser docente”. “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. Nos educamos juntos, mediados pelo mundo”, como já disse o educador brasileiro Paulo Freire.

Eventos mais dialógicos ou os que desafiem a reflexão e a escrita sobre as práticas docentes parecem estar no horizonte das necessidades contemporâneas da educação no atual momento histórico.

O papel do Sindicato de professores é promover e propor iniciativas que promovam mudanças nas concepções de formação que são oferecidas pelas redes de ensino, como também aquelas oferecidas por universidades ou organizações sociais que atuam na formação docente.

O Sindicato, por sua natureza de representação e organização, é um laboratório de permanente formação de professores e professoras. No Sindicato se ensina e se aprende muito, através dos desafios permanentes de comunicação, organização e mobilização pelas demandas profissionais específicas do magistério. As habilidades e as competências que estão sendo gestadas e testadas no cotidiano da atividade sindical também são parte da formação docente de uma rede municipal de ensino.




O CMP Sindicato (Sindicato dos Professores Municipais de Passo Fundo) oferece diferentes modalidades de formação: Projeto Vivências Docentes, Projeto Saberes em Ciranda, Reuniões periódicas em escolas, Pré-congressos e Congresso Anual dos Professores Municipais, dentre outros.



Formação para sistematização de práticas educativas

Sistematizar as práticas educativas, pensar sobre as intervenções cotidianas de uma sala de aula à luz das teorias e dos pensadores é parte de um desafio mais ousado de formação de professores e professoras.

Embora já bastante estudadas, a sistematização e a escrita das práticas pedagógicas ainda não foram internalizadas entre a gente como estratégia de mudança e ressignificação do “fazer docente”. Parece estar ainda restrita ao fazer pedagógico que embasa as experiências educativas sociais e populares. Ou a estudos do “pessoal da pedagogia”.

Em matéria da Revista Nova Escola, podemos reconhecer a importância de observar, registrar e refletir as práticas docentes e a parceria entre gestores escolares e professores. “Quando há parceria com colegas e gestores, o processo formativo se amplia, mas Tamara crê que o ato de escrever já contribui para seu aperfeiçoamento. “O registro faz com que o momento não fique para trás e o aprendizado se consolide.” A escuta sensível e o olhar para o que as crianças dizem e pensam têm sido o caminho para melhorar sua prática e se fortalecer como professora”. Leia mais aqui.

Afirmamos, por fim, a importância da formação na vida pessoal e profissional dos docentes. Cremos, sobretudo, que são necessárias mudanças de posturas e de práticas, para melhorarmos a qualidade de nossa intervenção pedagógica, conectada com o mundo e com as necessidades dos estudantes.

Não acreditamos que projetos externos, muitas vezes oferecidos como receitas por universidades, por si só, promovam as mudanças didáticas e pedagógicas que precisamos implantar em nossas escolas, em tempos em que o uso das diferentes tecnologias e redes sociais molda o universo das nossas relações sociais e de aprendizagem. Estas iniciativas devem estar acompanhadas do protagonismo, reflexão e sistematização das práticas dos professores envolvidos.

Os professores são protagonistas da educação, mas, na medida em que não escrevem, discutem e promovem suas práticas educativas, dão margem para outros profissionais que, fora da educação ou das salas de aulas, dizem o que precisamos fazer na escola.  Podemos, e devemos, ousar mais!

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