Genocídio?

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Genocídio, classificado por
jurista polonês Raphael Lemkin:
“… destruição de uma nação ou grupo étnico”.
Está acontecendo no Brasil?


A declaração do ministro Gilmar Mendes sobre o envolvimento dos militares no que, a cada nova contagem de mortos pelo coronavírus, mais se parece com um genocídio,  provocou forte reação da  caserna. A verdade, é que o ministério mais parede um quartel, recheado de militares, que, presume-se, pouco entendem do assunto.

Agora, a jurista Deisy Ventura, especialista  entre pandemias  e direito internacional, uma  das maiores autoridades mundiais no assunto, afirma que há todos  os elemento necessários  à tipificação  de crimes  contra  a humanidade  na resposta  do governo brasileiro  à  covid-19: intenção, plano e ataque sistemático.

Para ela “no que se refere  à população  em geral, acredito que há  o crime de  extermínio, artigo sétimo, letra b, do Estatuto de Roma. É também um crime contra a humanidade. E, no caso específico dos povos indígenas, minha opinião é de que pode ser tipificado como genocídio, o mais grave entre os crimes contra a humanidade.(…)

O governo brasileiro assumiu, desde o início da pandemia o comportamento que tem até hoje: de um lado o negacionismo em relação à doença e, de outro, uma ação objetiva contra o governos que tentam dar uma resposta efetiva à doença.”

E ela justifica a política de extermínio: “ todos os estudos  têm nos mostrado que  as populações  mais  atingidas  são  as  populações negras, são as populações  mais  pobres, são  os mais vulneráveis, entre eles  também  os idosos e os que têm comorbidades”.

A jurista cita várias atitudes do Presidente como a de criticar  o fechamento de escolas, a de vetar  o uso de máscaras  e  a obrigação dos  estabelecimentos  comerciais  de  afixar  o número máximo de pessoas  que  deveriam estar lá dentro.  Veta o uso de máscaras no sistema carcerário, nos templos e estabelecimentos de ensino. São vetos contra a saúde pública.

Mais. O atraso na sanção da norma que liberava recursos financeiros para  os  Estados. O Congresso aprovou a ajuda e o presidente retardou o máximo a sanção à lei  que dava  socorro financeiro aos Estados, muitos sem recursos para comprar  sedativos  e respiradores.

Com relação aos povos indígenas o tratamento é criminoso. Só em 7 de julho, sim, 7 de julho (!!??)  foi aprovado  o plano emergencial  para  enfrentar uma emergência que foi declarada  pela OMS  em  30 de janeiro e, pelo  Brasil, em  3 de fevereiro. Se não bastasse, o presidente da República vetou  a garantia de  acesso  à  água potável  aos povos indígenas.

Foi vetada, igualmente, a obrigação de organizar o atendimento de média e alta complexidade  nos centros urbanos, foi vetado o acompanhamento  diferenciado  dos casos que envolvam indígenas, inclusive  foi vetada  a oferta emergencial  de leitos  hospitalares  e  UTI.

Também vetada a inclusão dos índios nos planos emergenciais de  atendimento  dos pacientes  graves  das  secretarias municiais  e estaduais, que inclusive  obrigada  o SUS  a fazer o registro  e  a notificação  de raça e de  cor.  Foi vetada a obrigação de explicar para os indígenas a gravidade  da doença!

“Fica claro o ódio a população que é considerado pelo governo como inferior e subalterna, como indígenas e negros. São aqueles que atrapalham seus interesses e são considerados por eles obstáculo do ponto de vista da racionalidade econômica que defendem”, acrescenta a jurista.

Genocídio, foi classificado em  1943  pelo jurista polonês,  Raphael  Lemkin: “Por  genocídio  entendemos  a destruição  de uma nação  ou grupo étnico”.

É o que está acontecendo entre nós??

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