Quem está no poder neste momento
quer fazer da educação e da ciência
as principais plataformas de ataques e de
afirmações de uma visão restrita, não humanista.
Enquanto países como Alemanha, China, EUA, Japão investem bilhões de dólares em educação, cultura, tecnologia, aqui o governo Bolsonaro vai para o quarto ministro de educação.
Ricardo Rodríguez, um colombiano olavista, foi o primeiro titular da pasta. Por ser estrangeiro judiava o português. Queria implantar Moral e Cívica nas escolas, achando que se tratava de Sociologia.
Weintraub, foi o segundo olavista no cargo. Acusou as universidades de locais de “balbúrdia”, de manterem plantações de maconha, professores de proselitismo marxista, de doutrinação dos seus alunos, coisas nunca provadas.
Por completa incompetência, maltratava a língua pátria. Acabou defenestrado e fugiu para os Estados Unidos, sem antes derrubar uma portaria que garantia cotas para negros, índio e deficientes físicos em cursos de pós-graduação de universidades públicas.
O terceiro, Carlos Alberto Decotelli, não esquentou a cadeira de ministro. Curiosamente, fez pós-doutorado (negado por universidade alemã) sem ter doutorado. Doutorado por universidade argentina sem ter defendido a tese. Acusado de plágio em trechos de sua dissertação de mestrado. Um verdadeiro exemplo para o meio acadêmico do país. Ulala!!!
Na verdade, temos um governo que não dá importância para a educação pública, dentro de um claro plano de seu enfraquecimento e fortalecimento da ideia de privatização do setor educacional.
É assustador e trágico assistir a destruição do presente e, consequentemente, do futuro das novas gerações. Sem educação, sem cultura, sem ciência e tecnologia, como passaremos do nosso histórico atraso para o desenvolvimento?
Neste governo sem educação, o que vemos é o fortalecimento do aparelho ideológico do Estado. Quem está no poder neste momento quer fazer da educação e da ciência as principais plataformas de ataques e de afirmações de uma visão restrita, não humanista. Nesta lógica, a universidade, os professores, a educação em si, são vistos como inimigos, como um obstáculo.
O projeto de Bolsonaro ameaça levar o Brasil para um abismo de indigência e ignorância. O entra-e-sai de ministros na educação é uma prova eloquente do que está em jogo. O cidadão apolítico que desejam educar é o idiota.
Estamos diante da imposição do conservadorismo moralista, atuando soberano sobre as mentes, convertendo-as em simulacros miméticos de ignorância, do anti-intelectualismos e da alienação.
Este é o texto de número 68 no site. Fica o convite para visita a outras tantas reflexões que venho fazendo em período recente, sempre abordando temáticas de atualidade e realidade política no Brasil.