Greve dos/as professores/as

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Greve é um direito que ajuda
a proteger  outros direitos.

Não existe direito mais complexo  na história  recente  brasileira do que o direito de  greve. O tema sempre suscitou debates apaixonados, questionamentos e  indignação.

Quando, por exemplo, uma categoria como a dos professores decreta  greve, as  opiniões se dividem. O fato é que se trata de um direito incômodo, mas essencial para a defesa dos trabalhadores.

É um direito que ajuda  a proteger  outros direitos. Negar o direito que uma categoria tem de paralisar duas   atividades é negar  os princípios de um Estado de Direito e da própria  República.

Os professores estaduais gaúchos são pressionados  pela política de arrocho, pelos  parcelamentos salariais, pela impossibilidade de cumprir  seus compromissos  financeiros.

Mais. Verdadeiras milícias medievais os acusam de “subversivos, doutrinadores” e, assim, alimentam a agressividade  de pais e alunos  influenciados  pelos defensores da anacrônica  Escola Sem Partido.

Vilipendiados em tal dimensão, vivem em um ambiente  de  total desalento. São muitos os que perdem o ânimo de enfrentar qualquer nova  exigência profissional e, não raramente, acabam doentes.

Se não bastasse toda esta carga de problemas e desilusões profissionais, agora  o governo acena  com  a perda  de benefícios e alterações  no plano de  carreira. Conquistas duramente obtidas ao longo de anos de muita luta e de muitas greves. Pequenas vantagens para melhorar a carreira  de  remuneração já tão  baixa parecem condenadas a desaparecer.

Estas são algumas das “Novas  Façanhas”, slogan escolhido pelo governador  Eduardo Leite  como marca  que apresenta  a síntese do que pretende  ser  a linha política  e administrativa de seu governo.

Como Bolsonaro, Leite avança  contra o funcionalismo público  com base em preconceitos.  Não é de hoje que o governo  ameaça  os servidores, pintados  como inimigos  da nação pela  versão de  Jair  Bolsonaro  e de  Paulo  Guedes, cujo plano de governo é tão somente  desmontar  o patrimônio público  e entregá-lo  sem resistência  à iniciativa privada, como se ela fosse exemplo  de  eficiência  e integridade.

Aqui no RS, o bode expiatório é o magistério público.  Entra governo e sai governo, o que os professores mais ouvem é que, por se  tratar  da categoria  mais numerosa, seus  reajustes  têm impacto maior nas contas   públicas.

Reclamar o que é de direito e o que  é devido parece, para alguns, um ato de ilegalidade.  Curiosamente, a conta de todos os problemas é passada para  os professores e  outros  setores  do funcionalismo que estão longe  de ter  quaisquer privilégios.

Eis as “novas façanhas”, isto é, a precarização da Educação Básica do Estado., além, de manter e  agravar  a perversidade  do parcelamento salarial.

Minha solidariedade aos colegas  professores  grevistas!!

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