Há ódio demais, há terror e mísseis demais. Temos de parar esta guerra. Comecemos rezando?

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Mas ainda haverá esperança para o mundo? Sim, sempre, mas não para eles, os inocentes que morrem, todos os dias, nos conflitos e guerras que ainda produzimos porque não conseguimos dimensionar a palavra PAZ.

Aprendemos a amar Israel, que soube consolidar-se como nação e como referência de respeito, solidariedade e convivência com os diferentes, mas, hoje, não a reconhecemos em sua obsessão por vingança. Há que se separar, no entanto, o povo judeu, sua história, seus exemplos, suas conquistas, dos seus atuais líderes políticos, para não incorrermos em julgamentos equivocados.

Como seria bom se fôssemos, TODOS, escolhidos por Deus! Qualquer povo. Somos, através das religiões monoteístas, vinculados e ligados ao patriarca maior, o profeta Abraão.

Jesus, também Messias para os cristãos, disse que somos escolhidos por crer, apenas crer, e o que nos torna parte desta caminhada de servos divinos é a nossa fé. Fé, simples assim, não necessariamente o nosso nome, sobrenome ou nacionalidade.

O sonho da terra prometida deve ser sustentável, mas a reação desmedida e injustificada a toda população da Faixa de Gaza, como pensam alguns, não suporta a tese do direito à proteção, tão defendido por Israel. Há Terra para todos, todos podem respirar,

há dias ensolarados para todos, mas há mísseis para todos, igualmente, sem a vontade de perseguir, obsessivamente, por PAZ duradoura.

Pelo histórico recente do conflito entre Israel e o grupo Hamas, a vida de um palestino vale muito menos, por volta de 10 por 1, no mínimo. Em breve, mais de uma dezena de milhares de palestinos estarão mortos e ainda centenas de judeus, todos inocentes.

Tudo leva a crer, que a revanche em curso não cessará até que a morte se estenda aos milhares em Gaza, porque, nota-se, há expressa vontade de extinguir não apenas o grupo terrorista, mas a todos, limpar a Faixa, destruir, dizimar. A morte das crianças parece justificar-se, para que não cresçam e propaguem o ódio à nação Israelita. Tudo, por um futuro seguro. Será?

Nunca houve tamanha desproporção antes, como se está vendo agora. Milhares de palestinos, na condição de crianças, mulheres, idosos, enfermos, morrerão por apenas serem palestinos, como vítimas do conflito. E para o espanto de todos, sob a complacência da ONU, aos olhos da mídia e das redes sociais, onde assistimos em tempo real, como a civilização pode dizimar-se a si mesma.

Partilhando do mesmo destino, ser palestino ou um andarilho verde e amarelo, hoje, é diariamente ter de escolher entre a sorte de viver mais um dia, mais uma noite, ou ser humilhado, apenas por tentar viver. Quem se importa?

De igual maneira, choram as famílias dos que foram capturados. Encarcerados em lugares lúgubres, com alimentação racionada, é quase impossível colocarmo-nos em seu lugar. Filhos e pais sequestrados pelas mãos do terror. Sem a certeza de sua volta. A bandeira da dor e do desespero humanos não tem cores. Há muito que se rezar por eles. É o mínimo que podemos fazer.

Mas ninguém quer negociar. Destruir é a ordem.

E muitas são as semelhanças nesta mesma desgraça, onde o mundo dos infelizes é sempre diferente do mundo dos felizes. Como estamos longe do palco do ódio, nossas impressões e conclusões geralmente estão erradas.

E assim que o desejo de morte cessar, em ambos os lados do Rio Jordão, o abandono seguirá o mesmo e o mundo os esquecerá, como os esqueceu até aqui.

Os inocentes que morrem diariamente, em conflitos, sequestros e guerras que produzimos, são sustentados pela incapacidade dos que se alimentam da guerra, em compreender que somente a paz pode alimentar a esperança e a vida, e que somente a VIDA, tem de se sobrepor aos interesses de todos. Mas pensar a paz é muito difícil para quem vende armas. A lógica da morte é a que prevalece.

Ainda haverá esperança para o mundo?

Sim, sempre, mas não para eles.

Autor: Nelceu Zanatta

Edição: A. R.

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