História no Referencial Curricular Gaúcho do Ensino Médio

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A História, ou as histórias, são contadas por meio das fontes que as registram, mas, como escreve Walter Benjamin (1986), não existem documentos que, ao mesmo tempo, não possam representar tanto a cultura quanto a barbárie.

O objetivo desta exposição é auxiliar os/as colegas da Área de Conhecimento das Ciências Humanas, especificamente do Componente Curricular de História, a compreender a estrutura, a organização, o desenvolvimento e as vinculações hierárquicas dos documentos nacionais e estaduais que implicam o Ensino Médio nesse aspecto e contribuir com a compreensão e o funcionamento da ciência Histórica na sala de aula. Não de modo hermético e dogmático, mas como um desenho possível e, talvez, esclarecedor que se coloque como ponto de partida para os primeiros movimentos de uma apropriação e uma práxis dinâmica.

Estas sugestões se apresentam como um referencial, apenas e motivação, impulso, para ações mais encorpadas e vultosas na ação pedagógica.

Por ação de Edital de Transferência Temporária para Dedicação à escrita do Referencial Curricular Gaúcho do Ensino Médio para o Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2020, a Secretaria Estadual de Educação realizou seleção de dezoito (18) redatores/as titulares e respectivos suplentes, Professores e Professoras efetivos/as da rede estadual de ensino. Após entrevistas, os/as redatores/as, organizados/as em suas respectivas Áreas de Conhecimento, iniciaram os trabalhos previstos em 22 de outubro de 2020 e seguem em ação de escrita (PIES, 2022).

A partir das dificuldades encontradas com a compreensão dos documentos e a viabilização das atividades docentes, encaminhamos, sugestões de operacionalidade para ações de sala de aula e, também, para a compreensão da gênese e construção dos documentos.

Palavras iniciais

O documento denominado Referencial Curricular Gaúcho do Ensino Médio compreende, logo na introdução, ser  

[…] um documento orientador da caminhada educacional de uma sociedade, especificamente, no ensino. Ao responder às perguntas: “o quê”, “quando”, “como”, “para quem” e “para onde”, pensa, como documento sistematizador, a educação de um determinado território e estabelece possibilidades, horizontes, metas, finalidades, perspectivas, sobre a práxis educacional. O Referencial Curricular Gaúcho se traduz em um caminho a ser seguido baseado em pressupostos teóricos e práticos, consideradas as condições, as realidades em que se encontram as redes de ensino no atendimento às demandas sociais. Constitui-se em guia que indica objetivos, sugere linhas gerais unificadoras, aponta fragilidades e recomenda parcerias, formas de enfrentamento e superação das insuficiências do sistema educacional. (RCGEM, 2021, p. 16)

Nesse sentido, o RCGEM apresenta linha gerais, amplas e abre para possibilidades de construção de planos e de aulas democráticas, dialógicas, criativas, de pesquisa e, especialmente, cientificidade e promoção do conhecimento e da cidadania.

Na perspectiva auxiliar para compreender as estruturas dos documentos e suas vinculações, explicamos que a História, na BNCC e no RCGEM é Componente Curricular integrante da Área do Conhecimento das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, simbolizada pela sigla CHS. A titulo geral, o documento se apresenta na seguinte linearidade:

Fonte: Fig. 01 – parte autora

Processo de Construção

O Componente Curricular de História, nas páginas 127 a 128 do RCGEM, reflete acerca dos Tempos e seus significados e, a partir dessa compreensão, assim discorre, em linhas gerais, acerca de algumas ideias que possam contribuir na reflexão para iluminar o horizonte de ação docente e discente:

O espetáculo das atividades humanas, realizado para seduzir a imaginação dos homens e mulheres, forma o objetivo da História, na sentença de Marc Bloch (2002). Ao esclarecer que o distanciamento no tempo e/ou no espaço torna sutil essa sedução, Bloch lança o princípio fundamental da História que consiste em trabalhar com as mudanças e as permanências históricas, a partir das investigações que essa ciência procura capturar: o ser humano e sua diversidade social no mundo concreto e simbólico.

Assim, como destaca a BNCC na etapa do Ensino Médio, os estudantes precisam desenvolver noções de tempo que ultrapassam a dimensão cronológica, ganhando diferentes dimensões, tanto simbólicas como abstratas, destacando as noções de tempo em diferentes sociedades. Na história, o acontecimento, quando narrado, permite-nos ver nele tanto o tempo transcorrido como o tempo constituído na narrativa sobre o narrado. (BRASIL, 2018a, p. 551).

Em consonância com a BNCC e o RCG, o estudo da História atravessa de forma interdisciplinar as CHS e as demais Áreas do Conhecimento, buscando desenvolver habilidades pelas quais os/as estudantes possam refletir sobre distintas noções de tempos e seus significados. Articulados aos conceitos e às perspectivas teóricas e metodológicas das CHS, os objetos de conhecimento utilizados no estudo da História devem contribuir de forma significativa para a Formação Geral e Básica, pois, como destaca March Bloch (2002), uma ciência sempre terá algo de incompleto se não ajudar, cedo ou tarde, a viver melhor.

As clássicas divisões da história da humanidade estudadas no Ensino Fundamental, nomeadas como Antiga, Medieval, Moderna ou Contemporânea são classificações que podem ser retomadas no Ensino Médio e ressignificadas a partir das convenções, assumindo outras perspectivas, abordagens e compreensões, visto que essa forma de organização historiográfica, delimitada por fatos e acontecimentos, tem formulação eurocêntrica. Como assinala Aníbal Quijano (2005), referindo-se à ideia da colonialidade do poder, tal condição não é tributária somente do fato de os europeus serem os criadores e portadores dessas classificações, mas à capacidade de difundir e estabelecer as divisões e seus entendimentos da História.

Considerar essa questão não significa subestimar a importância de conceitos e conhecimentos estabelecidos globalmente ou valorizar a importância de uma perspectiva teórica em detrimento de outra. Em se tratando do campo da educação, adotar outros pontos de vista significa assumir a responsabilidade de que o conhecimento da História pode ser estudado e analisado de forma crítica, promover investigações e problematizações acerca das condições contextuais e das relações de poder que possibilitaram a instituição, o uso e a legitimação de conceitos e denominações.

A História, ou as histórias, são contadas por meio das fontes que as registram, mas, como escreve Walter Benjamin (1986), não existem documentos que, ao mesmo tempo, não possam representar tanto a cultura quanto a barbárie. Seguindo a mesma tese, Benjamin observa, com lucidez crítica, como o risco e a entrega em busca do saber são substituídos por um pacto das juventudes com a previsibilidade da carreira profissional e certa acomodação ao vislumbrar o porvir.

As afirmações de Benjamin (1986) servem de alerta para que a produção do conhecimento possa funcionar como alavanca, propiciando a liberdade do futuro dos/as estudantes, mas sem desconfigurar continuamente o seu presente. Tais reflexões podem auxiliar o estudo crítico e problematizador da História em consonância com as demais Áreas do Conhecimento e com os objetivos do Ensino Médio. (Eloenes Lima da Silva, RCGEM, 2021, disponível no endereço: https://educacao.rs.gov.br/gestao-pedagogica).

Os debates e as construções sintonizadas entre a equipe de redação do RCGEM para a Área de CHS, as contribuições e sugestões da Consulta Pública a que foi submetido o RCGEM nos meses de novembro e dezembro de 2021, resultaram na produção de mais algumas habilidades que a BNCC não contemplava. Desse modo, destacam-se, algumas habilidades que são mais específicas para o Componente de História, por ano do Ensino Médio, mas ressalta-se que o objetivo é o desenvolvimento de uma formação integral das juventudes, de modo inter e transdisciplinar com a clareza de evitar formação fragmentada e superficializações tecnicistas.

O texto do RCGEM está aprovado pelo Conselho Estadual de Educação (CEEd) desde o dia 20 de outubro de 2021 através do Parecer CEEd n.003/2021 que institui o Referencial Curricular Gaúcho para o Ensino Médio (RCGEM), etapa final da educação básica, bem como, suas modalidades. O CEEd, reforça que o RCGEM é “referência obrigatória para elaboração dos currículos das instituições integrantes dos Sistemas Estadual e Municipais de Ensino do RS” que devem seguir os termos do Parecer e da Resolução CEEd n.361/2021.

Para facilitar, desse modo, a compreensão da estrutura hierárquica dos documentos e a operacionalização na escola e na sala de aula, destacamos o seguinte esquema:

Competências gerais da BNCC para a Educação Básica

A BNCC apresenta dez (10) Competências Gerais para a Educação Básica. Elas são a base para as ações educacionais em todas as modalidades e níveis da Educação Básica. Por educação Básica se compreende desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e a Educação Profissionalizante (Ensino Médio Integrado, Cursos Técnicos Concomitantes e Subsequentes).

As dez Competências Gerais, podem ser encontradas na BNCC (p. 09-10):

1. Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Pensamento científico, crítico e criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Repertório cultural: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Comunicação: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Cultura digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Trabalho e projeto de vida: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Autoconhecimento e autocuidado: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Empatia e cooperação: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Responsabilidade e cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários

Competências específicas das CHS que podem ser desenvolvidas no Componente de História

Como desdobramentos das dez (10) Competências Gerais, a BNCC organizou competências especificas por área do conhecimento. Essas Competências estão disponíveis na BNCCEM (p. 558 a 565) e no RCGEM (p. 134 a 139), conforme Fig. 2. Para auxiliar no trabalho docente, visto que a BNCC não apresenta, objetivamente, Objetos do Conhecimento para serem trabalhados, tomamos a liberdade de sublinhar os aspectos que identificam a dimensão filosófica em cada uma das Competências Específicas das CHS.

Destacamos que, a partir das propostas de trabalho nas escolas, encadeadas pela filosofia de cada escola, que expressa as intencionalidades formativas e as linhas pedagógicas, as habilidades podem dar suporte para a definição dos objetos de conhecimento a serem trabalhados, operacionalizados, para a consecução dos objetivos da educação integral, do protagonismo cidadão das juventudes e o crescimento, pessoal, intelectual, científico e profissional de cada indivíduos que acessa, permanece e se fortalece em conhecimento, na escola.

Proposta de Habilidades da BNCC e RCGEM para os três anos do Ensino Médio

A BNCCEM apresenta uma lista de habilidades, enquanto documento base da educação nacional. Porém, a equipe de redatores do RCGEM, para as CHS, percebeu lacunas que poderiam ser sanadas com habilidades específicas para algumas temáticas que não estavam contempladas a nível nacional e outras relacionadas com o território Rio Grande do Sul. Nesse sentido, foram incluídas habilidades àquelas já construídas pela BNCCEM. Desse modo, nas habilidades elaboradas pelo RCGEM há um acréscimo da sigla RS ao código. Isto significa que ela foi elaborada pela equipe redatora por decisão autônoma ou por sugestão das entidades, docentes e comunidade durante a consulta pública organizada pelo CEEd-RS.

A preocupação da CHS para o Componente Curricular de História, no Ensino Médio, é facilitar o trabalho docente com o destaque das principais habilidades. Contudo, cada docente pode ir além e aproximar a História a outras habilidades a fim de desenvolver com maior amplitude o trabalho pedagógico para almejar as dez Competências Gerais da BNCC, onde pode se localizar a excelência congitiva.

Cada docente de História deve retomar o RCGEM e aprofundar os estudos das 10 Competências Gerais da BNCC, das 6 Competências específica da área de CHS e das habilidades que decorrem de cada uma das 6 Competências específicas de CHS.

Apresentamos agora, as habilidades que decorrem da BNCC e aquelas elaboradas pela equipe do RCGEM que implicam diretamente a História, para os três anos do Ensino Médio.

– Acerca da Competência Específica das CHS, 01:

(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. (1º, 2° e 3°);

(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. (1º, 2° e 3°);

(EM13CHS104) Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço. (1º, 2° e 3°);

(EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades. (1º, 2° e 3°);

(EM13CHSA108RS) Identificar e analisar datas comemorativas, feriados locais e nacionais com origens religiosas ou sejam referências por reconhecimento de lutas, por consciência ou por afirmação de direitos. (1º);

(EM13CHSA112RS) Compreender e relacionar os processos de socialização e de instituições sociais na formação do sujeito, reconhecendo os motivos que aproximam e separam as pessoas em grupos sociais, a importância das relações de parentesco e de grupos que vinculam os indivíduos a determinadas relações culturais e compreensões da realidade. (1º, 2º e 3º).

– Acerca da Competência Específica das CHS, 02:

(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. (1°, 2º e 3°);

(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. (1º, 2º e 3º);

(EM13CHS203) Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras). (1°, 2º e 3°);

(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas. (1°, 2º e 3º);

(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis. (1º, 2º e 3º);

(EM13CHS206) Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio geográfico. (1°, 2º e 3º);

(EM13CHSA207RS) Analisar e reconhecer as relevantes contribuições culturais e religiosas dos povos indígenas, africanos e afro-brasileiros para a história e a cultura. (1º, 2º e 3°);

(EM13CHSA208RS) Estudar, investigar e compreender os sentidos e as processualidades das revoluções, das mudanças e rupturas provocadas na história da humanidade e de seu pensamento. (1°, 2° e 3°);

EM13CHSA209RS) Identificar e valorar a importância dos agentes sócio-históricos em diferentes contextos de protagonismo e tensionamentos de forças políticas e compreensões na perspectiva de conquistas e garantias dos direitos humanos, no Estado republicano de direito. (1°, 2° e 3°);

(EM13CHSA210RS) Investigar e compreender como os principais processos expansionistas interferem e provocam profundas transformações sócio-culturais nos povos nativos de cada território e impactam a história, a autonomia e a vida. (1°, 2° e 3°);

(EM13CHSA211RS) Conhecer as hipóteses que explicam a chegada do humano nas Américas e avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos e ambientais dos povos ao longo da história. (1° e 2°).

– Acerca da Competência Específica das CHS, 03:

(EM13CHS304) Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresas e de indivíduos, discutindo as origens dessas práticas, selecionando, incorporando e promovendo aquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável. (1°, 2° e 3º);

(EM13CHSA308RS) Compreender as relações intrínsecas entre os elementos constituintes do cosmos e o protagonismo humano nas fronteiras da ética e da bioética concentrando esforços na promoção, defesa e continuidade da vida. (1º, 2º e 3º).

– Acerca da Competência Específica das CHS, 04:

(EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. (1º, 2º e 3°);

(EM13CHS403) Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos. (2º e 3º);

(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais. (1°, 2° e 3º);

(EM13CHSA405RS) Analisar e compreender os conceitos de mundialização e globalização, seus processos históricos, culturais, sociais, políticos, econômicos e ambientais, as interações e consequências – em diferentes escalas – para os indivíduos, as sociedades e para os Estados. (1°, 2° e 3°).

– Acerca da Competência Específica das CHS, 05:

(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. (1º, 2º e 3º);

(EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas. (2º e 3º);

(EM13CHSA508RS) Reconhecer o direito e a liberdade de crença como garantias de um Estado laico e de vivência dos direitos humanos. (1º, 2º e 3º);

(EM13CHSA509RS) Analisar e compreender as condutas humanas a partir dos comportamentos, atitudes e sentidos incorporados historicamente como consolidação de valores morais, éticos e estéticos. (1º, 2º e 3º);

(EM13CHSA511RS) Compreender as relações humano-sociais como construções histórico-culturais e o racismo, a etnofobia e a xenofobia como ocorrências resultantes de processos estruturais dominadores, exploradores e simplificadores da condição humana instituídos por compreensões homogeneizantes e hegemônicas nas fronteiras do mundo democrático e republicano, impeditivos das diversidades. (1°, 2° e 3°);

(EM13CHSA513RS) Analisar social e historicamente a luta e as conquistas de direitos das minorias compreendendo as relações de gênero, o feminismo, LGBTQI+, as culturalidades e suas implicações e as consequentes desigualdades para iniciar processos de equidade, respeito, justiça social e afirmação dos direitos humanos. (1°, 2° e 3°).

– Acerca da Competência Específica das CHS, 06:

(EM13CHS601) Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações afrodescendentes (incluindo os quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país. (1º, 2º e 3º);

(EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual. (2º e 3º);

(EM13CHS603) Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.). (1°, 2º e 3º);

(EM13CHS606) Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de documentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia. (1°, 2º e 3º);

(EM13CHSA609RS) Compreender características socioeconômicas e culturais – com base na análise de documentos, dados, tabelas, mapas etc., de diferentes fontes – e propor políticas públicas e medidas para enfrentar os problemas identificados. (1º, 2º e 3º).

Autores: Claudionei Vicente Cassol e Eloenes Lima da Silva

Fontes mínimas de consulta:

Associação Brasileira de Ensino de História – ABEH.

Associação dos Professores de História – APH.

Associação Nacional de História – ANPUH.

Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas – ANPHLAC.

Base Nacional Comum Curricular – BNCC.

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana – DCNERER.

Parecer n. 003/2021.

Resolução CEEd n.361/2021.

Referencial Curricular Gaúcho do Ensino Médio – RCGEM.

Site do Professor Nei Alberto Pies.

Edição: Alex Rosset

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