É por meio da linguagem e do trabalho que o Homem dá sentido, conhece e modifica o mundo. Ao falarmos de mundo, pensamos num ambiente ou circunstância na qual o Homem se move, existe e vive, ou seja um lugar que propicia uma vivência.
Mas o que é realmente “mundo”?
Falamos de um “mundo interior do Homem”, referimo-nos ao “mundo das ciências”, ao “mundo físico”, ao “mundo da fantasia”. Costumamos chamar ‘mundo’ o planeta em que habitamos encontramos até a expressão jocosa “no mundo da lua”, aplicada, sobretudo, às pessoas que vivem desligadas da realidade.
O termo ‘mundo’ reveste-se de inúmeras significações.
Na verdade, ao nos referirmos à relação Homem-mundo, podemos fazê-lo em termos de oposição: temos em mente a presença do Homem diante de uma realidade que de uma certa maneira lhe é exterior. Mas importa acrescentar logo que, em vez de se opor, o Homem entra imediatamente em contato com ela. Ao viver, o ser humano se descobre cercado por algo diferente dele, uma realidade independente. Ele encontra a resistência e a opacidade dessa realidade externa, incógnita, plena de provocações à sua inteligência, sua sensibilidade, sua curiosidade, sua capacidade física.
Mundo: realidade exterior ao Homem. Desperta sua curiosidade e provoca suas capacidades.
O mundo com que entramos em contato apresenta-nos duas dimensões determinadas. A primeira delas é a natureza. O Homem enfrenta o mundo natural, que lhe é dado. O mundo natural desenvolve-se segundo leis fixas, independente de uma intervenção humana. O mundo vai, aos poucos, se humanizando ao contato com o homem e então achamo-nos em face de uma segunda dimensão, que merece de nós um estudo mais pormenorizado: o mundo da cultura.
O ser humano destaca-se dos outros animais. Em sua existência, não se limita a aceitar o mundo natural que o rodeia, mas o modifica, construindo a civilização. Diferenças entre seres humanos e animais.
Duas dimensões do mundo: natureza e cultura.
Entre outras coisas, a cultura pode ser considerada como resultado do esforço do homem frente à resistência que ele encontra no mundo exterior. É a resposta que o homem oferece ao desafio daquela realidade (o mundo) à primeira vista estranha e até mesma hostil. Não é nossa intenção, entretanto, apresentar natureza e cultura como elementos contrários.
A cultura se apresenta, pelo menos em um certo momento, como uma expansão da natureza, uma acréscimo a aquilo que existe em estado natural. Análoga à “cultura dos campos” ao ato de “cultivar” a terra, e toda atividade cultural do homem em outras áreas. O agricultor, por exemplo, a contribuir com seu trabalho para o desenvolvimento e aprimoramento dos solos e das plantas, está fazendo cultura.
Natureza e cultura não se opõe, apenas se distinguem. A cultura é expansão, aprimoramento do aspecto natural do mundo.
Quando falamos em cultura, queremos mostrar que o homem, esta criatura que se caracteriza por um afã de conhecimento e de perfeição, não se contenta com o mundo em seu aspecto natural. Respondendo a um apelo interior de criatividade, ele se organizava no sentido de transformar o mundo. A fisionomia do mundo (=cosmos) vai se modificando à medida que nele se imprimem a marca da atividade humana, os traços de uma nova ordem, uma nova harmonia. Veja mais aqui.
Autor do texto: Jandir Pauli, professor do PPG em Administração da IMED, graduado em Filosofia e Doutorado em Sociologia.
Sugestão de uma atividade pedagógica – Disciplina Filosofia
Questões para pensar:
1) Como o homem conhece e modifica o mundo?
2) Explique o que entende pela expressão “mundo”.
3) O mundo natural e o cultural são elementos contrários? Explique.
4) Faça uma pesquisa sobre elementos da cultura da violência e democracia cultural.
5)No vídeo que segue, também publicado no texto, (https://youtu.be/P7bYpdgtvfU?t=142 ), o autor trabalha as diferenças entre os seres humanos e os demais animais. O ser humano desenvolve linguagem, trabalho e arte. Faça um breve resumo do que você entendeu do vídeo.