O candidato protofascista a prefeito de São Paulo proclama que se comporta
como idiota com o objetivo de subir nas pesquisas eleitorais.
Em tal atitude, até agora bem sucedida, se revela a estratégia que aposta na
idiotia como atalho para a conquista do poder político.
O professor Muniz Sodré, ao analisar o destampatório que abala o debate
eleitoral paulistano (FSP-1/9), pode ter nos oferecido uma preciosa chave de
decifração para a lógica que preside, nos quatro cantos do mundo, a
degradação atual do processo civilizatório.
Para explicar o sucesso momentâneo de semelhante aberração, Muniz
Sodré foi buscar no berço da civilização ocidental as origens da palavra
idiota.
Na Grécia antiga, os “idiotes” eram aqueles centrados em negócios privados,
totalmente alheios ao ordenamento da vida pública. No polo oposto, estavam
os “politikós” que, na Ágora, se ocupavam das ideias, programas e projetos
coletivos que definem as várias dimensões da vida humana.
Com o significado dissecado em sua origem, as duas palavras atravessam os
séculos como expressão perene da luta política.
Os “idiotes” da política sempre estacionam seu pato amarelo na Paulista ou na
Faria Lima. O fogo de palha irresponsável só prospera articulado aos “idiotes”
da supremacia absoluta do poder privado.
Não é, portanto, só disputa eleitoral, mas a contraposição, eterna e atemporal,
entre civilização e barbárie. “Idiotes” ou “Politikós”, eis a questão!
Filósofo Mario Sérgio Cortella explica a origem da palavra idiota e faz reflexão
sobre a política: https://youtu.be/er2aem_Zax0?t=62
Autor: Chico Alencar. Também escreveu e publicou no site “Compro, logo existo?”:
https://www.neipies.com/compro-logo-existo/
Edição: A. R.
Excelente, parabéns