Geralmente, por perdermos nossa agilidade, entregamos nosso poder. Assim, cada vez mais nossa presença é menos solicitada.
A gente paga o preço da ignorância. Se de repente, ao mexer com o controle do ar, a gente tocar num dos possíveis SINAIS pode aparecer uma indicação dos graus de outros países. A dificuldade está feita. Como fazer? Chamei o técnico e paguei o serviço. Era somente desligar o aparelho e fazer retornar ao nosso sistema de graduação da temperatura. Paguei o preço de minha ignorância. Assim é na vida: paga-se muito por não saber.
Muito mais se perde por não saber ler, por não saber dirigir, por não saber cozinhar, por não saber lidar com novas tecnologias, como não estar atualizado na recepção de sinais da internet, por não saber lidar com a palavra, por perder a agilidade mental, por ignorar o valor dos outros. Enfim, muito perdemos por desconhecimento ou até por limites de caráter.
Diversos são os caminhos para sanar nossa deficiência. O mais comum na terceira idade é participar de grupos e aí buscar nossas deficiências ou buscar junto aos familiares o auxílio no domínio dos meios para melhorar nosso poder de comunicação. É muito comum perder o poder de comunicação em razão de limites naturais causados pelo avanço da idade e nos acomodamos sem ao menos dar alguns passos ainda que claudicantes. Por outro lado, perdemos até recursos por começarmos a ficar de lado de tudo.
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Perdemos nosso poder mental ainda mais ao ficarmos de lado do mundo que nos abana e nós aí ficamos perdidos na estrada da vida. Geralmente, por perdermos nossa agilidade, entregamos nosso poder. Assim, cada vez mais nossa presença é menos solicitada. É verdade, muitos idosos têm a sorte de ter filhos pacientes e amigos a ajudar na superação de nossos naturais limites.
O mundo gira cada vez mais com auxílio de novos meios de comunicação e nós, por nossa fragilidade, podemos perder o compasso da vida. Assim, paguei cinquenta pilas por não saber reverter o modo de funcionar o ar condicionado. O técnico veio e, num só movimento, levou meus pilas. Meu ar tem um botão estrangeiro e eu ainda falo português.
Autor: Agostinho Both. Também escreveu e publicou no site crônica “Conflitos e mudanças”: www.neipies.com/conflitos-e-mudancas/
Edição: A. R.