Maldades e Mentiras

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O desmerecimento desvairado à pesquisa está em fúria, com maldade e mentiras. Então, muito cuidado!

O lado ilegítimo do direito de manifestação e liberdade de imprensa tem degringolado, nos órgãos de divulgação e nos múltiplos meios de comunicação eletrônica. O fanatismo religioso e o fundamentalismo político são vícios que vicejam de forma assustadora.

Os principais prejuízos retornam imediatamente ao todo da sociedade. O desmonte do espírito crítico causa horrores. O problema se agrava progressivamente no momento de tantas incertezas e pavores da pandemia.

Pessoas equilibradas não suportam mais ouvir mensagens prestidigitadas pelos defensores do negacionismo em relação à doença que nos atormenta. As mentiras invadem as mais sagradas instituições sem qualquer piedade.

O próprio presidente vem promovendo irresponsabilidades. Logo ele, que deveria ser o principal agente na orientação social. Piadas sem graça, eivadas pelo cinismo, são ditas pelo principal servidor público que deveria liderar o ânimo dos brasileiros para enfrentar essa difícil fase.

Agora, como foi desmascarado na versão “gripezinha”, desaconselha o povo a vacinar-se, diante da tão esperada oportunidade que chegou a outros povos. Com isso vemos mensagens dolorosas de descrença ditas por pessoas que frequentam os meios de comunicação.

Sem qualquer razão técnica, querem desmoralizar a vacina. Isso tem chegado a importantes meios de comunicação, protagonizado por negações jornalísticas que versam irresponsavelmente sobre o mais grave problema da humanidade, a Covid-19. E faço aqui uma ressalva aos bons comunicadores.

Dia desses ouvia o amigo Regis Leonardo e a Ieda na Uirapuru. A emissora do interior tem sido corajosa e persistentemente séria na divulgação dos fatos sobre a pandemia. O mesmo não acontece em redes de TV que apresentam situações comprometedoras desvirtuando, sem motivo plausível, a seriedade da ciência médica e farmacêutica.

Alguns espalham desconfiança na vacina de modo desvairado, incluindo os arroubos de fanatismo contra pesquisa credenciada, que tem como motivo apenas as ilações ideológicas do país que dá origem à vacina apresentada para o crivo da ANVISA. É certo que são necessários cuidados ente as incertezas que de tudo o que nos chega, do ponto de vista científico. O desmerecimento desvairado à pesquisa está em fúria, com maldade e mentiras. Então, muito cuidado!

Mais pressão pela vacina

As formas de pressão para despertar a atuação mínima do governo no combate à pandemia estão centradas em dois pilares.

O primeiro imperativo imposto à letargia negacionista de gestão foi a sombra partidária de João Dória. O tucano atropelou os supostos brios de Bolsonaro e da influência militar, a partir de sua ação lépida ao plantar no braço da primeira brasileira em situação de risco no fronte de atendimento hospitalar, a vacina contra o vírus maligno.

O gesto, mesmo afrontando a liturgia oficial, tornou-se ato inapagável de socorro e urgência ao tormento do povo. O ato derrubou falácias e conotações dúbias sobre a necessidade, inclusive perante a inconsistente propagação da preterição da primeira vacina – Coronavac. Temos aí o concreto que abala toda a conversa fiado, mediante a indulgente presença da vacina e uma pessoa vacinada.

O segundo fator que pressiona pela solução científica e técnica é a consequência lógica do primeiro momento. O prestígio popular do presidente sofre abalo por omissão. O Planalto sentiu o golpe e passou a reagir imediatamente. O fanatismo político vinha iludindo a comunidade com a versão precária e mesquinha de que tudo o que viesse do ocidente vermelho seria inócuo e comunista.

Na verdade, as insinuações fascistas neste sentido não param de pé por um instante. Os laboratórios farmacêuticos do mundo estão num processo virtuoso de avanços em alta velocidade, sem nada a ver com ideologia.

Hoje o governo que vê pesquisas apontarem queda de apoio nessas teses absurdas, vira o jogo. Oficialmente, com a aprovação da Anvisa, a vacina circula no país sinalizando esperança de cura.

Agora, o próprio presidente que capitaneou a ojeriza à vacina russa, foi a público dizer que a Sputnik –V, tão logo seja aprovada pela agência brasileira, será também adquirida para socorrer o país. Tudo aconteceu repentinamente e inesperadamente, sob pressão do óbvio reconhecido pela ciência e informado ao público.

Assim, não temos tempo para criticar ou analisar o mérito da quebra do ritual, ou da paternidade dos lentos avanços na vacinação, nem mesmo os erros do fanatismo da cloroquina e outros. É preciso concentrar recursos para garantir vacina, venha de onde vier, conquanto tenha bons resultados.

Fake News se espalham pelas redes sociais, principalmente em grupos de whatsapp. E para completar, pastores que aderiram à onda negacionista e antivacina, usam seus púlpitos e redes sociais para dissuadir os fiéis a tomarem a vacina, alegando, entre outras coisas, que não houve tempo suficiente para as que vacinas comprovassem sua eficácia. Soma-se a isso as teorias da conspiração que dizem que as vacinas vão alterar o DNA humano e associam à marca da besta do Apocalipse. Como enfrentar esta onda negacionista? Como persuadir as pessoas a serem vacinadas? (Hermes C. Fernandes)  Leia mais.

Autor: Celestino Meneghini

Edição: Alex Rosset

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