A inteligência nos remete a vermos os fatos por dentro, além da exterioridade. Este é o momento em que há necessidade de união entre o raciocínio lógico e o evento narrado. Não pode haver lacunas. A seriedade exige rigor no entendimento lógico dos fatos.
Nos últimos tempos, as mídias começaram a usar a palavra narrativa, como um elo conceitual da notícia com a verdade relatada, sem contestações.
Sabemos que essa forma midiática de usar o vocábulo produziu no imaginário social uma cadeia de compreensões, de tal modo que ao ser usado o termo narrativa, estaria sendo produzida uma verdade incontestável. Esqueceu-se de que a narrativa é tão somente um relato de um fato ou acontecimento, a partir de um ponto de vista. E assim passaram os dias…
Hoje, o Brasil vive a plenitude do espetáculo da narrativa.
No entendimento dos estudiosos, um fato, um acontecimento pode ser relatado, a partir de visões e interpretações do narrador, que interpreta o fato. Isso não significa que seja absolutamente verdadeiro em todas as nuances que se apresenta. No entanto, a população entende que o narrado, o relatado é fundamentalmente o ocorrido, o vivido. Em nenhum momento, analisa-se que uma forma de tomar um conjunto de fatos e construir uma narrativa é a expressão de uma visão, na leitura dos acontecimentos.
Há outras visões.
A inteligência nos remete a vermos os fatos por dentro, além da exterioridade. Este é o momento em que há necessidade de união entre o raciocínio lógico e o evento narrado. Não pode haver lacunas. A seriedade exige rigor no entendimento lógico dos fatos.
Espera-se que a passionalidade dos relatos não obscureça a Inteligência e que, afinal, a narrativa seja construída com transparência inequívoca, de modo que a Justiça se realize.
Veja aqui um exemplo prático de comunicação, com diferentes narrativas, a partir da periferia. Democracia e comunicação: novas narrativas no enfrentamento das desigualdades.
Autora: Cecília Pires
Edição: Alex Rosset