Nessas eleições, um de direita ou um de esquerda?

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Estamos próximos das eleições municipais brasileiras e em nossa querida Passo Fundo esperamos viver uma festa democrática. Buscando evoluir como sociedade, o mínimo que se espera é respeito a quem tem ponto de vista diferente, desde que a explanação da sua ideia não seja feita de maneira ofensiva e discriminatória.

Tornar-se professor da educação pública pressupõe anos de estudos, dedicação e ser aprovado em concurso seletivo. Normalmente essa conquista é motivo de orgulho, de satisfação pessoal e profissional, embora a crescente desvalorização do magistério. No caso de um professor de Filosofia, Geografia, História ou Ensino Religioso a carga de leitura costuma ser densa e exigente, com destaque para a reflexão sobre a vida humana em sociedade.

O título do artigo se refere a uma brincadeira entre amigos que já presenciei. Pergunta: “qual a diferença entre um professor de Humanas e um soco?” Resposta: o golpe pode ser de direita; ou então: qual a diferença entre um empresário e um soco? O golpe pode ser de esquerda. 

Não se trata de dado científico, comprovado, porém se percebe que boa parte dos profissionais das ciências humanas tendem a defender ideias mais alinhadas com a esquerda política, entendendo essa como uma busca por maior igualdade de oportunidades e redução de privilégios das classes mais endinheiradas.

Por outro lado, geralmente as categorias da sociedade economicamente mais favorecidas tendem a desenvolver um gosto maior pela chamada “direita” política, entendendo que as diferenças sociais são inevitáveis, simpatizando com conceitos mais conservadores. Claro que essa divisão é permeada de contradições, por exemplo, temas polêmicos como aborto ou maioridade penal costumam ter muitas divergências entre pessoas de um mesmo lado político.

A origem dos termos esquerda e direita remontam à Revolução Francesa, do final do século XVIII, na qual quem estava mais à esquerda no Parlamento defendia mudanças mais radicais.

Hoje, qualquer menção a defender um “lado” ou um partido político parece ser uma agressão a quem pensa diferente. Algumas redes sociais, por exemplo, tornam-se terreno fértil para disseminação de discursos de ódio e preconceito, pois o agressor muitas vezes se esconde em perfis falsos e dificilmente recebe uma punição adequada.

A história não se repete, mas pode haver muitas semelhanças entre contextos com certa distância temporal. Hoje, parece que voltamos aos tempos da Guerra Fria, onde praticamente só havia o Capitalismo dos Estados Unidos (EUA) e o Comunismo da União Soviética (URSS). Quem não se alinhar a um dos lados pode ser classificado com “em cima do muro”.

Estamos próximos das eleições municipais brasileiras e em nossa querida Passo Fundo esperamos viver uma festa democrática. Buscando evoluir como sociedade, o mínimo que se espera é respeito a quem tem ponto de vista diferente, desde que a explanação da sua ideia não seja feita de maneira ofensiva e discriminatória.

Em tempos de campanha eleitoral, promessas mirabolantes costumam surgir como solução para os nossos problemas cotidianos. Estaria na hora de trocar de representantes políticos? Seguir com aqueles que nos corresponderam?

Ser classificado como de direita ou de esquerda, nesse caso, não é o mais importante, mas que nossos vereadores e o prefeito mereçam a grande oportunidade que lhes será dada novamente. Por uma cidade de todos. Você acredita?

Autor: Fabiano Barcellos Teixeira, professor de História da rede municipal de Passo Fundo.

Edição: A. R.

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