Essa é uma clave de caráter cultural.
A riqueza está na mente.
Somos nós quem construímos
o caráter político.

 

Se fossemos deuses ou uma espécie de seres perfeitos, não precisaríamos da política. Precisamos da política por causa das nossas imperfeições inevitáveis. Somos seres imperfeitos por natureza e devemos nos fazer exemplo da evolução sempre que possível, no melhor sentido possível, na busca por sobriedade. Somos nós quem construímos o caráter político.

Estamos em uma crise de representatividade.Uma cultura que nasce de carências não se define como pobre por ser aquela que tem tão pouco. A verdadeira pobreza se encontra naquele que tem muito e deseja mais e mais e infinitamente mais. Essa é uma clave de caráter cultural.

A riqueza está na mente. Está na sobriedade, na bagagem leve. Está na sensatez, no que é solidário, na comunicação.

Eu particularmente aprecio uma fala lenta e bem pensada. Quem nunca presenciou uma confusão dialogal que beirava o enfurecer com pessoas que impunham a razão como se estivessem empunhando uma britadeira?

Ou aquela pessoa que não tem o mínimo de sensibilidade com o que sente o próximo. Assim, uma pessoa manifesta sua carência de recursos construtivos e agregadores, pobre por sua negligência. Mas não sejamos hipócritas, em algum momento de nossas vidas já tivemos atitudes parecidas. E é preciso reconhecer.

Uma das poucas certezas que temos é que a base fundamental para termos mais compreensão em um mundo de controvérsias é que precisamos praticar mais a autocrítica.

Tenha paciência. Não tente doutrinar as pessoas. Porque falar de política é importante, é legal e se faz muito necessário nos dias de hoje. Mas sejamos felizes uns com os outros, acima de tudo. 

Busque a autocrítica

Pensemos: como problemas tão complexos, que envolvem toda uma história milenar, podem ser respondidos cruamente? Supondo que o desenho de nossa atual magnitude se construa na trajetória de nossos passos?

A educação, em seu modelo dialogal e libertador, é a mais importante fonte para nos conectar à informação e ao conhecimento, o que se faz essencial para darmos passos sóbrios. A falta dela interfere na boa relação com o próximo e incorpora a índole malfeitora. Faz corromper seu estado sóbrio, fortalecendo seus mecanismos mais primitivos, tomando como exemplo um deles a negação: a negação de termos uma história de escravização; a negação de assassinatos e torturas em um regime ditador;a negação de fraudes; a negação de um golpe…

Você nunca sentiu a sensação da ignorância?

Dizer que a democracia será daqui a 50 anos aquela que conhecemos hoje é negar o espírito evolutivo do homem e da civilização.

Nada democrática a sociedade que não tolera os pensamentos divergentes e que combate as diferentes formas de organização social que querem praticar e viver os ideais coletivos. (Nei Alberto Pies)

Novas ditaduras

Não façamos de nós uma rotulação fútil de esquerda ou direita ao nos comparar com o mundo de interesses que gira em torno de se locupletar.

Como latino-americanos, não podemos negar a nossa história.A integração não é de esquerda nem de direita, é uma necessidade histórica do continente, porque chegamos tarde. O fato é que precisamos nos dar a abertura de nos integrarmos econômica e politicamente. Não vamos a lugar nenhum sozinhos. Como já dizia um grande educador, ”não há saber mais ou saber menos: há diferentes saberes”.

Precisamente, pois esse é o tesouro mais importante que temos… quando lutamos por um mundo melhor, o principal elemento que é a nossa felicidade. De minhas reflexões em relação a humanidade sou um leigo e por vezes indignado. Mas creio que somos todos.

“Não se governa um país como se administra uma empresa. Política tem que ter interesse de carinho humano, de reconhecimento humano. Não pode ser instrumento para acumular riqueza. Deve ser um instrumento para colher o amor social”. Pepe Mujica

DEIXE UMA RESPOSTA