Quanto mais proximidade com outras crianças do mundo real tiver a criança melhor será para ela, afinal não se pode viver o tempo inteiro no mundo de fantasias.
Muitas vezes pegamos as crianças falando sozinhas, tipo: o que você quer fazer hoje? Por que você não quer comer? Por que você quebrou o vaso da sala? Caso escute a sua criança falando sozinha não se assuste, certamente ela estará conversando com o seu amiguinho imaginário que tende a chegar por volta dos três a quatro anos de idade. É uma companhia saudável às crianças e traz maturidade emocional.
Busque não se apropriar do amiguinho imaginário da sua criança, fazendo perguntas do tipo: seu amiguinho gostou do lanche? De que horas ele gosta de dormir? Lembre-se que só a criança deve conversar com o seu amiguinho imaginário, senão ela vai começar a pensar que você se apropriou do seu amiguinho e vai deixá-lo de lado. É uma forma de proteção da criança o amiguinho imaginário que deve ser só dela e de mais ninguém.
A criança tende a contar as suas ideias ao seu amiguinho imaginário, como também costuma colocar a culpa de algo errado nele. Isso tudo é normal. O amiguinho imaginário só existe no mundo de faz de conta da criança, ela o cria como busca de compreensão ao mundo real, por isso faz questionamentos a esse amiguinho.
Toda criança tem um amiguinho imaginário para com ele poder brincar e confiar os seus segredos, pode ser uma boneca, um urso, um soldadinho de chumbo. Lembrando que esse amiguinho é produto da imaginação fértil da sua criança, quanto mais fértil ela for mais peraltices fará o seu amiguinho.
Os pais não precisam se preocupar com o amiguinho imaginário dos filhos, pois eles desaparecerão com o passar dos anos, lá por volta dos sete ou oito anos ele vai embora assim como chegou, pois a criança percebe que já sabe lidar com a realidade e não precisa mais da ajuda do seu mundo de fantasias.
Porém, se a criança começar a evitar fazer amigos de verdade, brincar com outras crianças ou isolar-se em seu quarto, isso é motivo de preocupação e precisa da ajuda de um psicólogo. Geralmente, o amiguinho imaginário não faz mal nenhum à criança, ao contrário demonstra que seu mundo de fantasias é saudável e consegue produzir coisas bonitas.
Não é nada demais que a criança tire dúvidas com o seu amiguinho imaginário, pois com isso ela está buscando se autoconhecer. É preciso saber lidar com o amiguinho imaginário da criança respeitando-o e não entrando em sua intimidade nunca.
Na infância, toda criança inventa um amiguinho imaginário para com ele descobrir os porquês da vida, conhecer melhor as pessoas, interpretar as coisas que lhe dizem e ter a quem culpar quando quebrar um objeto ou fizer algo errado para que não o coloquem de castigo.
A criança com o amiguinho imaginário consegue aprender mais rapidamente a lidar com as dificuldades da vida, pois ao se conhecer também passa a conhecer o mundo ao seu redor e como se apresenta para ela. Muitas vezes, o amiguinho imaginário serve como um companheiro para brincadeiras em que não estão presentes os amigos de verdade. A criança combina fantasia com realidade, ela extrai do real aquilo que o seu pequeno mundo compreende.
O amiguinho imaginário é confiável, ajuda a tomar decisões e escolher roupas para vestir. Também aconselha à criança no que deve ou não fazer, sendo tudo isso fruto do seu próprio pensamento.
Os pais necessitam deixar os seus filhos à vontade com os seus amiguinhos imaginários, pois só assim poderão vivenciar os seus mundos de fantasias que na infância é um lugar seguro de se viver e povoado por personagens criados pela criança, assim como: dragões, bruxas, fadas, princesas, príncipes.
É nesse mundo onde mora o amiguinho imaginário que vem brincar com a sua criança sempre que não tem um amiguinho de verdade com quem brincar naquele instante. O amiguinho imaginário como o próprio nome já diz é aquele que está por perto sempre que for preciso e cuidará da criança, mesmo sendo fruto da sua imaginação.
Apesar de ser um amiguinho imaginário não esqueça de ficar atento ao tempo que a sua criança dedica a ele, pois é motivo de preocupação quando ela não quer mais ir à escola, esquece as suas atividades rotineiras e deixa de lado a convivência com crianças reais.
Busque investigar o que está fazendo com que a sua criança não queira largar o seu amiguinho imaginário e se for o caso procure ajuda de um especialista.
O convívio social com outras crianças não pode de forma alguma ser substituído, por isso é importante que a criança frequente a escola, participe de festinhas, vá a um circo, cinema, praia, faça uma festa de pijama na sua casa e convide os amiguinhos da sua criança a passarem uma noite divertida com ele, isso será muito bom.
Quanto mais proximidade com outras crianças do mundo real tiver a criança melhor será para ela, afinal não se pode viver o tempo inteiro no mundo de fantasias.
Autora: Rosângela Trajano.
Edição: Alexsandro Rosset