O Brasil na era das redes

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Observa-se que as maiores quantidade de
acessos à internet realizados pelos brasileiros
são através de pacote de dados, por meio de
smartphones pelo seu baixo custo de aquisição,
o que muitas vezes dificulta a realização das
práticas educacionais.



A informação, por ser um conjunto de dados e conhecimentos que está em constante processo de difusão sob a sociedade e suas relações, atualmente assume um papel fundamental nas relações sociais, pois está relacionada às vivências, esclarecimentos, opinião e comunicação, sendo uma das principais formas de se adquirir o conhecimento e diferentes habilidades da aprendizagem.

Com o Meio Tecnocientífico em constante evolução, a informação foi além destes conceitos, ela se tornou uma um instrumento essencial para sociedade, numa velocidade frenética e em diferentes formas de linguagem, sendo uma aliança da informação com os meios de comunicação, tendo como base inicialmente as transmissões radiofônicas, telefônicas, televisivas e redes de internet.

Com esta evolução tecnológica, proporcionou o aprimoramento no intercâmbio de informações, em tempo real, proporcionando consolidação de transnacionais com capacidade de administrar por meio virtuais, fluxos mais intensos e eficazes de mercadorias, serviços, capitais bem como e na cultura, influência de novas formas de pensamento, moda, política e alimentação.

O cotidiano da sociedade foi alterada pela redução de deslocamento, mercadorias e informação, os estados obtiveram o efetivo controle do território, emitindo ordens em lugares diferentes, as empresas ultrapassaram os limites locais e regionais, globalizando produtos e marcas.

Nessa seara, podemos compreender em um breve histórico da evolução e difusão da informação e seus meios no território brasileiro.

A primeira transmissão oficial radiofônica do Brasil ocorreu em 1922, no Rio de Janeiro, com o presidente Epitácio Pessoa, em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. No ano seguinte foi fundada a primeira emissora de rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Em 1938, o Brasil acompanhou as transmissões dos jogos da Copa do Mundo, sediada na França, e se rendeu ao jornalismo radiofônico que noticiava os temores de guerra na Europa.

Em 1936, foi inaugurada a Rádio Nacional, a qual inovou com as programações do rádio com shows de auditórios e radionovelas, com coberturas jornalísticas. Assim, entre os anos de 1930 até 1950, as produções dos programas eram gravadas e transmitidas para muitas cidades brasileiras.

O surgimento da TV, vem no rastro do rádio no Brasil. Em 1950, houve acesso a um sinal aberto de televisão, após a inauguração da TV Tupi, pelo jornalista Assis Chateaubriand. A primeira transmissão aconteceu no saguão do “Diários Associados”, de propriedade de Chateaubriand. Foi necessário ainda que o jornalista importasse cerca de duzentos aparelhos de TV para que os programas da emissora fossem assistidos, já que não havia ainda o consumo em larga escala de televisores. Posteriormente, novas emissoras foram surgindo, como Globo, Record e Bandeirantes.

Como já havia uma grande estrutura do rádio como: estúdios, artistas, audiências, bem como anunciantes a televisão tornou rapidamente um sucesso nas famílias brasileiras, gerando uma nova cultura. A estrutura de televisão brasileira, assim passou a integrar as transmissões das estações locais as redes nacionais de TV, dando um grande salto com as transmissões via satélite.

Atualmente a televisão é o principal meio de comunicação do Brasil, onde sua programação é assistida e consumida em todo o mundo, através das novelas, futebol, programas de auditório e o carnaval. Mas, seguindo a tendência mundial, a mídia no Brasil também é controlada por poucos grupos e de participação acionista familiar.

Na década de 1990, a estrutura da informação era controlada por nove grupos e atualmente é controlada apenas por cinco grupos, pois alguns foram extintos por falência ou outros grupos compram os concorrentes aumentando ainda mais o monopólio da informação no Brasil.

Dos mais de 200 satélites em operação na órbita terrestre, 8 possuem autorização para operar no Brasil, visando aos serviços de comunicação como a TV aberta, telefonia, internet. Atualmente o Brasil possui cobertura integral de TV aberta, com mais de 171 centros que emitem sinais.

O Brasil possui mais de 385 mil quilômetros cabos de fibra óptica, incluindo os cabos submarinos, integrando uma rede complexa e de grande expansão de banda larga, proporcionando a transferência de pacotes digitais.

A circulação de informações, a diversificação de mídias e o mundo da moda, favoreceram o monopólio da informação, ou seja, a concentração da veiculação dos produtos culturais encontra-se, nas mãos de grupos empresariais poderosos, pois detém centros de produção, estúdios, recursos financeiros e tecnológicos e hoje a estrutura de distribuição de internet e pacote de dados, só na última década 90% o controle das mídias mundiais são controladas apenas por seis grandes grupos internacionais.




Neste vídeo discorremos sobre a concentração do poder na comunicação e a necessidade de democratizar os meios de acesso, principalmente a internet, em tempos que a comunicação passa a se tornar importante aliada da aprendizagem e da educação.



A revolução desigual da informação

Cada vez vem aumentando o número de usuários de mídias eletrônicas no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Mídias Eletrônicas, (Telebrasil), somente em 2012, o Brasil obteve mais de 80 milhões de acessos de banda larga, onde deste total a metade destes acessos foi por meio de celular, que representam 81% dos aparelhos de telefone do Brasil.

Atualmente, o Brasil possui uma das 10 maiores bases de internet do mundo pelo seu grande território, porém o acesso à internet continua concentrado nas famílias de maior renda e urbana, conforme mostra o gráfico abaixo, com base nos dados do IBGE: 74,9% da população tiveram utilização de internet, mas com notória discrepância entre as cinco regiões do Brasil.

Nos dias atuais em que vivemos, convivendo com a pandemia do Coronavírus, sendo uma realidade triste e afetando todas as esferas da sociedade brasileira, os meios de informação à distância tornaram-se um dos mecanismos essenciais tanto para os setores econômicos, relações sociais, entretenimento, como parte das instituições de ensino, sendo uma das alternativas de seu processo de ensino aprendizagem.

Nas diversas esferas educacionais, envolvendo os alunos e professores através de atividade remotas e o ensino à distância. Porém, percebe-se uma segregação tecnológica na sociedade, pois um aparcela significativa das residências brasileiras não possuem equipamentos básicos para utilização deste mecanismos tecnológicos, sendo evidenciado também as discrepâncias de acesso e estrutura nas diferentes regiões do Brasil. Como podemos observar no gráfico abaixo.

Enquanto 98% dos domicílios de famílias de maior renda tem computadores conectados, nas famílias de baixa renda somente 10% possuem este serviço, o que mostra que para o desenvolvimento de aulas à distância torna-se muito distante nas comunidades de baixa renda, proporcionando uma desigualdade ao acesso à informação.

Além disso a internet no Brasil, é de baixa qualidade e com alto custo. Porém, nos últimos anos, vem barateando o custo, mas aquém das necessidades de conexões e acessos que a sociedade está precisando neste período e do poder aquisitivo de grande parte das famílias brasileiras.

Na tabela abaixo, observa-se que as maiores quantidade de acessos à internet realizados pelos brasileiros são através de pacote de dados, por meio de smartphones pelo seu baixo custo de aquisição, o que muitas vezes dificulta a realização das práticas educacionais.

Neste momento tão difícil que a sociedade está vivenciando, cada vez mais fica evidente a necessidade da construção de novos projetos de inclusão digital não somente nas escolas, mas no acesso nas residências dos alunos e educadores, bem como a difusão de plataformas digitais educacionais, que torna-se extremamente importante para educação e que terá que ser encarada como prioridades nas políticas públicas de igualdade social e educacional do Brasil.

Fontes


Autor: Rafael Martins Zanela, licenciado e Bacharel em Geografia e Especialista em Educação Socioambiental. Professor de Geografia da Rede Municipal de Ensino de Passo Fundo e Professor do Ensino Médio do Centro de Ensino Médio Integrado – UPF.

                                                                           



Proposta de atividade

Proposta de atividade para alunos de 8º e 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. Disciplina: Geografia

  1. Construa uma linha de tempo descrevendo a evolução do início/ inserção dos meios comunicação, sistemas de informação e tecnologia no Brasil, desde o início do rádio na década de 1920 até a estrutura dos dias atuais. 

(itens avaliados: 1- Estrutura linha de tempo / 2- informação / 3- tecnologia)

  • Elabore uma reflexão através de mapa mental sobre o acesso desigual e monopólio da informação bem como o acesso de tecnologia no Brasil. 

(itens avaliados: 1- Estrutura mapa mental / 2- Reflexão sobre acesso e distribuição da informação/ 3- Reflexão sobre acesso e distribuição tecnologia no Brasil).

2 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns pelo artigo. O momento atual requer vozes de esperança, e de educadores com essência humana para dizer que chegou a vez de democratizar a Educação para todos. A rádio, a TV, internet são indispensáveis instrumentos para o acesso ao conhecimento e aprendizagem.

  2. Este é um momento muito oportuno para pensar numa internet livre para todos, sem custo.
    Os canais de tv são monopólios muitas vezes ou sempre manipulados por outros poderosos grupos econômicos… Escravisam o povo e incentivam ao individamento, ao consumismo. Tem uma programacão de péssima qualidade…

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