Vamos querer repetir aqui o que hoje ocorre no Chile,
isto é, aumentar o processo de exclusão?
As “façanhas” das ditaduras latino-americanas do séc. XX continuam produzindo trágicos efeitos. No Chile, Pinochet impôs ao país um dos mais bárbaros regimes ditatoriais.
O país, menina dos olhos dos neoliberais, construiu seu “progresso” sobre torturados, desaparecidos e assassinados. Tais atrocidades são ignoradas pelos neoliberais e, por incrível que pareça até justificadas, diante dos supostos avanços econômicos.
Jornalistas Pedro Santander, Victor Farinelli e Francisca Quiroga, diretamente do Chile, explicam a convulsão social que vem tomando as ruas do país governado por Sebastián Piñera.
Agora, entretanto, o “paraíso do neoliberalismo latino-americano”, começa a mostrar seu verdadeiro caráter.
O descontentamento dos chilenos com o sistema previdenciário, administrado por empresas privadas, o deficiente sistema público de educação, o custo da saúde e os baixos salários em relação ao custo de vida acabou vindo à tona junto com os protestos sobre o preço do metrô.
Os idosos chilenos, em função do sistema de aposentadoria por capitalização, hoje ganham menos do que o salário mínimo. Resultado. Depressão e altas taxas de suicídios entre os mais velhos.
A desigualdade é espantosa entre os chilenos. 1% da população detém 26,5% da riqueza nacional. Já 50% das famílias vulneráveis são o obrigadas a se contentar com 2,6% do todo.
São raros no mundo os lugares onde o 1% mais rico da população ganha mais de 25% da renda total do país. Na América Latina, o fenômeno acontece em apenas dois países: no Chile e no Brasil.
O modelo neoliberal que dá evidentes sinais de esgotamento vem deixando um rastro de miséria atrás de si. A Argentina de Macri já quebrou em duas ocasiões. Enquanto isso os grandes bancos enchem suas burras nos “paraísos” neoliberais.
A constatação é de que, ao lado da ditadura centralizadora de Maduro, na Venezuela, que levou o país ao caos, igualmente, os ditos “paraísos” neoliberais de ditadura rentista, também estão afundando.
Aqui é preciso destacar que um dos artífices do modelo neoliberal chileno, que hoje leva o país a ameaça de uma guerra civil, foi o ministro Paulo Guedes que quer importar o modelo chileno para o Brasil. Uau!
À título de comparação, gostaria de lembrar que a Bolívia de Evo Morales, agora reeleito, é o país que mais cresce na América Latina. Riquezas como petróleo e gás foram nacionalizados. No Velho Continente, Portugal governado por um socialista, vai muito bem obrigado, depois de romper com o neoliberalismo da UE.
Vamos querer repetir aqui o que hoje ocorre no Chile, isto é, aumentar o processo de exclusão?