O modelo Tabata

2272

A questão é que Tabata Amaral não é apenas
uma deputada do novo centro, ou do
novo liberalismo brasileiro.
Ela se afirma como um modelo.

Por que estão falando tanto da deputada Tabata Amaral? Porque ela é uma das novas celebridades de política. Não adianta querer falar dos “outros” deputados presumivelmente de esquerda que votaram pela reforma da previdência. Eu não sei quem são os outros. Ninguém sabe.

Mas todos nós sabemos quem é Tabata, ou quem poderia ter sido. Não há nada contra as mulheres. Não é nada disso, não caiam na armadilha de ver machismo nas críticas à Tabata, não se protejam nesse recurso. Fica chato.



Nem direita, nem esquerda. Como?


A deputada está na vida pública, tomou uma decisão considerada controversa como parlamentar do PDT e agora se submete ao debate. Assim funciona a política.

Não é linchamento. Não subestimem a capacidade de reação da pedetista, nem tratem Tabata como uma adolescente indefesa.

A questão é que Tabata Amaral não é apenas uma deputada do novo centro, ou do novo liberalismo brasileiro. Ela se afirma como um modelo.

O modelo Tabata vai estourar mesmo nas eleições municipais. O empresariado que financiou políticos com esse perfil, já na última eleição, jogará pesado no ano que vem.

As Câmaras de Vereadores estarão lotadas de Tabatas. Muitas assembléias estaduais já têm gente com essa pegada, todos financiados pelo empresariado. Pois teremos mais.

O que vem aí com força é essa direita dita esclarecida, camuflada num centro que na verdade não existe. Uma direita fofa, avançada em relação a costumes, questões ambientais e outros temas, que aborda bem os impasses da educação, mas que é reacionária diante das grandes questões políticas e econômicas e dos movimentos sociais.

Por isso, na votação da reforma da previdência, o que interessa é apoiar o esforço fiscal. Não interessa se a reforma vai punir os mais pobres. Mas Tabata ama os pobres.

A Folha traz uma matéria sobre o fortalecimento dos lastros orgânicos da direita em São Paulo. É gente nova que se acomodou nas assessorias dos partidos de direita e inclusive nas estruturas de gestão da prefeitura e do governo do Estado e que se organiza nas redes sociais de uma forma que só a direita sabe fazer.



Matéria da Folha de São Paulo ilustra esta concepção de renovação na política. Veja mais aqui.



Um exemplo seria o Direita SP (DSP), um movimento que pretende se transformar em partido e que se alastra pelo interior paulista.

É gente com muito apoio empresarial. Como diz meu amigo Suimar Bressan, não há democracia que aguente essa dinheirama dos Jorges Paulos Lemanns e suas cervejarias. Não há como enfrentá-los.

E a esquerda? A esquerda cai todos os dias do caminhão de mudança.


DEIXE UMA RESPOSTA