Consideremos que a linguagem humaniza o homem e que por seu intermédio expressamos sentimentos, elaboramos pensamentos e passamos a interagir com o ambiente e com os outros. Qual o cuidado que temos com o que postamos na internet, com a mensagem que levam tais stories como nossa palavra?
Tem gente que não liga, enquanto outros, são ávidos por “abri-los”, seja no facebook, instagram ou no whatsapp®. Refiro-me aos stories, aquelas mensagens identificadas por um círculo colorido contornando a foto do perfil e que, de duração efêmera, podem ser vistas brevemente e por apenas uma única vez, pois são desabilitadas em 24hs.
Numa rápida olhada em minhas redes sociais encontrei alguns desses sobre um passeio de final de semana de alguém, outros de alguma pessoa mandando indiretas ao parceiro de relacionamento, alguns com preces fervorosas de suas religiões (por louvor ou por estarem angustiados e com sofrimentos) e, também, o storie daquele que anuncia algum produto para venda. Há tantas outras formas de manifestações as quais, enfim, estão lá, lançadas ao espaço global e com um alcance inimaginável.
Por óbvio, me questiono: tais mensagens chegaram onde deveriam? Ou, ao menos, onde seus autores intencionavam? Não há dúvidas de que a WEB nos trouxe uma vida diferente; ainda que com seus perigos e suas desvantagens, é possível termos mais conforto, qualidade de vida e informações por seu intermédio.
Dentro de uma linha temporal, consta que a milhares de anos a forma mais primitiva de comunicação humana foi originária de sons, de gestos e de sinais, sendo que a escrita surgiu mais tarde, algo como há 15 mil anos a.C e decorrente das pinturas rupestres.
Consideremos que a linguagem humaniza o homem e que por seu intermédio expressamos sentimentos, elaboramos pensamentos e passamos a interagir com o ambiente e com os outros. Qual o cuidado que temos com o que postamos na internet, com a mensagem que levam tais stories como nossa palavra?
Em sua obra “Os quatro compromissos”, Don Miguel Ruiz nos apresenta um livro que trata da filosofia Tolteca, um povo de milhares de anos atrás localizado no sul do México e conhecido por ser de homens e mulheres de sabedoria. O primeiro compromisso daquele povo era o de ser “impecável com sua palavra”. É por meio da palavra que nos apresentamos ao mundo, ela carrega nossa intenção. Mais do que um símbolo que possa ser escrito, desenhado ou manifestado por uma ilustração, a palavra é força, ela tem o poder de elevar ou de arruinar alguém (não esquecendo que este alguém pode ser nós mesmos).
Há uma mensagem cristã que diz que a boca fala daquilo que o coração está cheio; há uma letra musical de Pepeu Gomes que diz que o mal é o que sai da boca do homem; há um provérbio que diz que a ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.
Isso entra em sintonia com uma das citações de Don Miguel Ruiz: “Você pode medir a impecabilidade de sua palavra pelo seu nível de amor-próprio. Quanto você ama a si mesmo e como se sente em relação a si mesmo são diretamente proporcionais à qualidade e integridade de sua palavra. Quando você é impecável com suas palavras, sente-se bem, feliz e em paz”.
Então, nas ditas redes sociais, para que nossa palavra (simbolizada pelos stories) chegue onde queremos e com a clareza de nossa intenção, tomemos mais cuidado, pois, como visto, nos apresentamos pela forma como dizemos as coisas. Prestando mais atenção sobre a maneira como nos expressamos estaremos realizando um belo exercício de autoconhecimento capaz de elevar nossa autoestima, de nos proporcionar momentos agradáveis além de, é claro, contribuirmos para um mundo mais pacífico e harmonioso.
Reserve suas angústias, ranços e rabugices para a sessão de psicoterapia, o psicólogo é o profissional que, além de compreendê-lo, poderá lhe prestar auxílio.
Autor: César A R de Oliveira.
Também escreveu 50 mensagens do Final do ano: https://www.neipies.com/50-mensagens-de-final-de-ano/
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Edição: A. R.