Nesta nova época,
marcada em 2020 pela revolução virtual,
a educação precisa reconhecer e preparar o
ser humano para se adaptar e sobrevier como
ser humano e não como instrumento da
inteligência artificial.
A história da humanidade é acompanhada de explicações, teorias ou narrativas para realidade, nas dimensões materiais e espirituais, bem como para o comportamento da natureza, social e individual.
Os exercícios para descrever a realidade como um todo foram aglutinadas pela mitologia, pela filosofia e pela ciência. Até a inicio da época identificada como Idade Moderna este três modos de explicação estavam interligados.
Os movimentos históricos identificados com o renascimento e as teorias como iluminismo atribuíram centralidade para o sujeito humano que conhece, transmite e acumula conhecimento, consolidando o conceito de antropocentrismo, que contribui para caracterizar uma mudança de época.
Os conceitos sínteses que diferenciam duas épocas diferentes da história humana, a medieval e a moderna, são o teocentrismo e o antropocentrismo. Com esta mudança de época, a centralidade foi deslocada do teológico, para o cientifico, do espiritual para o material. Esta mudança que caracteriza a modernidade, impactou significativamente as relações entre ser humano e natureza.
A natureza deixou de ser identificada como algo divino sagrado, com valor espiritual e passou a ser entendido como instrumento para atender as necessidades materiais do ser humano.
O desenvolvimento do conhecimento, da indústria e a urbanização provocaram um distanciamento da natureza, aumentando a capacidade de manipular e instrumentalizar recursos como a terra, os minerais e a água. O acúmulo de bens materiais, conhecido como riqueza, pode ser identificado com a capacidade de controle e uso dos recursos naturais. A produção de bens materiais, para a satisfação pessoal, advém da capacidade de explorar a natureza instrumentalizando os seres humanos e demais seres vivos, além das ferramentas disponibilizadas pela indústria.
A posse, o controle e a exploração dos recursos naturais está diretamente relacionada com os níveis de produção. O ser humano, com seu conhecimento e sua criatividade, foi um instrumento determinante na produção de bens materiais, resistiu, se adaptou e não foi substituído pelas máquinas da revolução industrial.
Para além das explicações por meio de teorias ou narrativas a educação foi determinante na instrumentalização do ser humano para aumentar a produção no contexto da revolução industrial.
Nesta nova época, marcada em 2020 pela revolução virtual, a educação precisa reconhecer e preparar o ser humano para se adaptar e sobrevier como ser humano e não como instrumento da inteligência artificial.
“O homem”, curta que reflete o poder de destruição da sociedade de consumo.