O valor afetivo da relação professor-aluno no aprendizado

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Sem o afeto ninguém aprende.
Que amor vocês passam aos seus alunos?


Quando o aluno tem afinidades e afeto pelo seu professor o ensino-aprendizagem tornar-se agradável e é recebido com carinho. O professor que transmite sabedoria através do afeto consegue alfabetizar com mais rapidez e os seus índices de ensino-aprendizagem despertam curiosidades por partes de educadores e pesquisadores do mundo inteiro.

Qual o segredo para alfabetizar criancinhas com dificuldades de aprendizagem? Não há segredo, dizem muitos professores que conheço, há afeto. Pegar na mão da criança e ajudar-lhe a cobrir ou colorir uma letrinha ainda se faz necessário. Tarefas onde o professor e o aluno compartilham experiências emocionais são necessárias.

O afeto que o professor dedica a seus pequenos alunos faz com que eles sintam confiança no que está sendo ensinado, despertem para a curiosidade e a admiração.

O aluno que recebe afeto do professor também passa a conhecer mais as suas emoções e aprende a conviver com indivíduos de pensamentos diferentes sem se preocuparem se são ou não amados. O amor do professor basta-lhe. O aluno vê no professor amado um herói, ele sabe que pode contar-lhe seus mais íntimos segredos, confiar-lhe seu brinquedo mais querido e falar de si sem temer ficar de castigo ou coisa parecida.

A arte de ensinar vem de longe, e desde antigamente os nossos principais educadores nos mostraram que sem o amor pela profissão tudo fica mais difícil, tomemos como exemplo o amor que Pestalozzi tinha pelas suas crianças. Falo do cuidado com a criança que estamos perdendo nos dias atuais.

Muitas pessoas estão indo às salas de aulas sem amarem seus alunos porque quem ama não grita e nem perde a paciência facilmente. Claro é que as crianças numa sala de aula, na maioria das vezes, fazem um barulho tremendo, mas isso não significa que elas mereçam ouvir gritos ou serem puxadas pelos braços para voltarem aos seus lugares.



A aprendizagem de uma criança acontece quando há desejo de aprender. Quando a família não vê o processo de aprendizagem como algo importante e a escola não faz investimento nesse aluno, fica difícil despertar nas crianças o desejo pelo saber, pois se todos desistiram dela porque ela não desistiria? (Ana Manoela Detoni)



É preciso que o professor acima de tudo se ame e tenha conhecimento de si mesmo para que possa amar aquelas crianças que necessitam dos seus cuidados para aprenderem a ler e a escrever.

Todos sabemos que a criança nos seus primeiros dias de aula sente-se sozinha, triste, saudades de casa e dos seus brinquedos, desamparada e chorona, algumas vezes. Tudo o que ela mais deseja é voltar para junto daqueles que lhe querem bem e lhe passam confiança e amor.

Se a criança que chega na escola encontra um professor sorridente, recebe um abraço e ouve palavras de zelo logo se acostumará com a escola, pois sabe que ali tem alguém em quem pode confiar. Quem não chorou no seu primeiro dia de aula?

Os meus primeiros dias de aulas foram horríveis, eu nem entrava na escola, voltava do portão da escola isso por que eu não fui recebida com afeto pela minha professora do jardim de infância. Hoje sinto o vazio que ficou em mim dessa professora que não me ensinou com amor, mas com uma didática de memorização onde ou eu aprendia ou ficava de castigo. Que amor ela me passou? Que amor vocês passam aos seus alunos? Vocês são lembrados pelos seus ex-alunos?

Outro dia, um ex-aluno ligou-me depois de vinte anos para falar de um problema que estava vivendo e não sabia como resolver, pediu-me ajuda por que somente em mim confiava. São coisas assim que nos dizem o quanto ensinar precisa de afeto. Sem o afeto ninguém aprende.

O ensino-aprendizagem com afeto forma cidadãos preparados para uma vida competitiva como a que estamos vivendo nesse momento de relações líquidas, onde amigos são descartáveis e jogos eletrônicos são os passatempos preferidos da infância.

O afeto faz com que a criança perca a ansiedade e aprenda a desenvolver as suas habilidades cognitivas até mesmo nas disciplinas com mais dificuldade.

Se na grade curricular dos cursos de pedagogia tivesse a disciplina de Afeto creio que o nosso ensino-aprendizagem seria de outro jeito e as nossas crianças viveriam muito mais felizes. Querem a todo custo que aprendamos enfiando goela abaixo conhecimentos que não sabemos para que servirão. Esse é o problema do ensino contemporâneo.

É de conhecimento de todos que as crianças têm dificuldades para aprenderem matemática, mas se for ensinada com afeto colocando aqui a paciência, dedicação, carinho, vontade de ensinar, respeito ao educando, essa disciplina passará a ser vista de outra forma, ou seja, as crianças aprenderão a gostar das suas aulas.

Boa parte dos professores de matemática são carrancudos e exibem um ar de superioridade diante dos seus alunos. Não falam de poesia e nem de amor em sala de aula, por quê?

Já pensaram em ensinar uma criança a aprender a tabuada através da música? Ou até mesmo através de uma contação de histórias. As disciplinas devem conversar umas com as outras e a criança precisa de professores que ensinem com afeto para aprenderem com eficiência.

Vocês já perguntaram aos seus alunos qual sonho eles tiveram na noite passada? Ou o quais são seus maiores medos?

Aproxime-se do seu aluno e procure ser um professor-amigo que planeja a sua aula com base na experiência de vida das suas crianças, ou seja, que a sua aula passe os conhecimentos curriculares para um bom ensino-aprendizagem baseada na formação emocional e física dessas crianças.



“Este depoimento é para lembrar a você, querido professor, que sem amor nada conseguimos em sala de aula. Educamos alunos preparados para concursos e o mercado, mas nunca preparados para a vida. O amor em sala de aula é bastante importante”.

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