Em muitos lares o irmão mais velho tem oito anos, o do meio cinco e o outro dois ou um ano, talvez. É uma situação triste. Aquelas crianças que deveriam estar brincando ou estudando estão em casa cuidando dos seus irmãos mais novos enquanto os pais trabalham. Diversão? Sim, a televisão. A televisão que mais deseduca do que educa.

 

Quando a gente é criança, a gente só quer brincar e mais nada.

O conto de fadas “Os três porquinhos” conta como três porquinhos fazem para escapar do lobo mau que vive querendo comê-los, mas os três porquinhos são crianças e como toda criança só querem saber de brincar, menos um, menos o mais velho que apesar de gostar também de brincar já foi forçado a ter responsabilidades e a cuidar dos outros irmãozinhos.

Assim no conto de fadas, assim na vida da criança do mundo contemporâneo que passa o dia inteiro sozinha em casa com seus irmãos mais novos exposta aos perigos da televisão que muitas vezes apresenta programas, filmes ou novelas que são uma influência negativa para educação e formação dessas crianças.

Telas e crianças. Um assunto que sempre gera especulações, dúvidas e, às vezes, até polêmicas. Em um mundo tão conectado e tecnológico, é praticamente impossível que as crianças não tenham acesso, em algum momento, à “telinha” de computadores, televisões, tablets, telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos.

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A maior parte das crianças, principalmente as de classe baixa, aquelas que os pais trabalham o dia todo e não têm com quem ficar ou para onde ir, são deixadas aos cuidados do irmão mais velho que também pode ser uma criança um pouco maiorzinha.

Essas crianças só têm como lazer a televisão que poucas vezes instrui e, muitas vezes, violenta e traumatiza a criança. É um sério problema deixar crianças sozinhas com a televisão, pois, de certa forma, ela é o lobo mau do mundo contemporâneo, querendo de alguma forma engolir as criancinhas indefesas.

Em muitos lares o irmão mais velho tem oito anos, o do meio cinco e o outro dois ou um ano, talvez. É uma situação triste. Aquelas crianças que deveriam estar brincando ou estudando estão em casa cuidando dos seus irmãos mais novos enquanto os pais trabalham. Diversão? Sim, a televisão. A televisão que mais deseduca do que educa.

A televisão tem melhorado pouquíssimo na questão de programas infantis nos últimos anos é verdade, e ainda há muitos programas de violência sérios que precisam ser revistos.

Os programas policiais não poupam crianças, jovens, idosos mostrando cenas horríveis de sangue e morte o tempo todo.

Quando há um crime bárbaro todos os noticiários exploram a matéria fazendo do assassino um monstro que entra na sua casa e assusta sua criança. É um terror para uma criança assistir a uma reportagem como a que passou no Jornal Nacional apresentado na Rede Globo sobre o massacre da Escola do Realengo, aliás, todos os noticiários deram enfoque por vários dias sobre esse massacre.

As crianças que não têm quem filtrar o que devem assistir ficam a mercê desse tipo de reportagem que parece manipular a mente do ser humano com tanta violência sendo apresentada constantemente.

Claro é que não podemos dizer que a televisão só passa programas violentos e que não educam, estaríamos mentindo se disséssemos isso. Há bons canais de televisão, mas esses bons canais têm pouca influência na criança que vive ao redor da marginalidade, do banditismo, da violência.

A linguagem dos programas violentos está mais próxima da linguagem que as crianças presenciam diariamente, por isso elas optam por eles. É uma opção inconsciente da criança, trazer para perto de si o mundo que parece ser seu.

Um dos melhores canais da televisão brasileira, a TV Cultura, tem excelentes programas para crianças de todas as idades, mas seu índice de audiência é baixíssimo, muitas crianças da classe baixa nem sabem qual a sintonia do canal TV Cultura. É um canal com os programas: Castelo Rá Tim Bum, Doug, Os sete monstrinhos etc, são programas bastante educativos que promovem o imaginário da criança, mas pouco assistidos pelas crianças.

Lembrando que não podemos nos deter somente a criança da classe baixa, porque as outras crianças mais ainda as da classe alta, essas sim, estão submetidas aos perigos da televisão, coitadas, entregues às escolas particulares, às babás, quando chegam em casa correm para a televisão e lá ficam presas até a hora dos pais chegarem do trabalho, muitas vezes cansados e nem percebem o que está acontecendo com seus filhos.

É um problema que atinge crianças de todas as classes sociais, melhor dizendo, pois cada uma com suas prisões à televisão.

A criança no geral está presa à televisão porque ela é o meio mais fácil de distrair, só isso. Não precisa de um amigo para assistir televisão, você pode ser o herói ou o bandido, escolher quem é o melhor ou o pior nos programas de reality show e outros mais. É um problema geral da sociedade brasileira que precisa rever seus conceitos e exigir que a televisão brasileira mude o mais rapidamente possível.

Como a televisão afeta o cérebro infantil. Efeitos nocivos da televisão.

No caso da criança do mundo contemporâneo, ela brinca com o lobo mau sem saber o mau que ele pode lhe fazer, ou seja, brinca com a televisão e seus programas violentos, enquanto que os três porquinhos viviam fugindo do lobo mau, eis a diferença de um para o outro, porque os três porquinhos tinham o perigo físico, pois existia um lobo mau de verdade que queria comê-las e a criança do mundo contemporâneo tem seu lobo perigosamente sutil que numa hora ameaça em outra ele se torna bonzinho.

Um dos objetivos é manipular a mente da criança para o consumismo daquilo que ela não pode ter.

Quando assiste a um filme com herói e bandido a criança fica desejando ser aquele herói, mas não sabe que perigos pode enfrentar se realmente deixar sua imaginação tornar-se realidade e querer vencer o bandido real quando ele aparecer verdadeiramente.

A criança que ainda pequenina assiste a filmes de terror com monstros, bruxas e outros bichos que usam da violência mais tarde sofrerá danos que serão comparados com esses filmes, o que não diz a verdade. É muito importante que a criança mais velha, aquela que fica em casa sozinha cuidando dos irmãos mais novos, saiba lidar com essa situação.

Outro dia presenciei um programa policial que mostrava um homem assassinado a tiros de arma de fogo e várias crianças ao seu redor observando aquela cena, se isso ocorre na vida real imagine na televisão. Estamos diante de um lobo mau que se finge de bonzinho muito pior do que o lobo mau dos três porquinhos que nunca precisou mentir e sempre disse ser o lobo mau de verdade.

Comportamentos de risco, tais como: tabagismo, álcool, promiscuidade, gravidez na adolescência dentre outros riscos são fatores que a televisão não se preocupa com quem está do outro lado assistindo. Sem contar com a questão da obesidade, pois a criança que passa o dia inteiro de frente a televisão não tem tempo para um esporte nem para os amiguinhos se sente isolada, também.

Muitas crianças que assistem televisão ficam impressionadas com as propagandas de tênis, bolas, telefones móveis, computadores portáteis, camisas, perfumes e brinquedos muito além dos padrões financeiros dos seus pais, com isso muitas delas tendem a roubar dos amigos alguns bens que gostariam de ter ou começam a ter inveja dos amigos que possuem o que elas não têm ou pior ainda ficam com vergonha de ir à escola porque não têm um tênis de marca.

A propaganda influencia a mente da criança de uma forma perigosa e assustadora, porque ela é feita com o objetivo de consumo mesmo, do alto consumo.

A alteração dos padrões do sono também é muito constante na criança pequena seja por ter assistido a um filme de terror e ficou assustada, logo não consegue dormir, seja por ter ficado até tarde assistindo a um filme de sua preferência e perdeu a hora de acordar no outro dia. É outro problema grave da televisão brasileira quando inventa de passar filmes infantis nos horários impróprios para crianças.

O lobo mau dos três porquinhos assoprou a casinha de palha e derrubou, assoprou a casinha de madeira e derrubou, mas assoprou a casinha de tijolos e não conseguiu derrubar, porque o outro porquinho experiente sabia que uma casa de tijolos jamais seria derrubada com um simples assopro.

Os pais podem apresentar caminhos de aprendizagem aos seus filhos sobre os perigos da televisão, censurar aqueles programas que eles não devem assistir, estabelecer horários e procurar com que eles tenham outros tipos de distração dentro de casa, mesmo aqueles que os pais passam o dia fora precisam estar preparados para esse perigo mascarado de bonzinho.

A criança mais velha precisa ser inteligente e saber que alguns programas e canais de televisão são prejudiciais para a sua educação e a dos seus irmãos. O difícil é como ganhar esse ensinamento, se quem ensina quase tudo é a televisão.

Até o sono da criança que assiste televisão, sem limites, é perturbado com pesadelos assustadores durante a noite, fazendo com que essa tenha medo de dormir sozinha no seu quarto.

Os pais não precisam matar o lobo mau, ou seja, quebrar a televisão, mas precisam ensinar seus filhos a se protegerem das suas ameaças assim como o porquinho mais velho foi ensinado por alguém a se proteger e proteger os seus irmãozinhos.

O futuro da humanidade – Escravos da tecnologia.

Mas, infelizmente, nossas crianças, por mais crescidinhas que estejam, não têm essa sabedoria do terceiro porquinho, porque não estão educadas a pensar criticamente, pensam através do que lhes é ensinado pelos pais ou professores.

Alguns pais e professores, na maioria das vezes, só fazem criar traumas com as crianças com a famosa frase “o bicho papão vai pegar você”. É triste, mas verdadeiro. Apesar de que se a criança desenvolver seu pensar, ou seja, sua inteligência ela poderá salvar-se e salvar seus irmãozinhos dos males da televisão brasileira (o lobo mau do século XXI).

Toda criança que tem sua inteligência desenvolvida consegue discernir o certo do errado, o bom do ruim, ela faz um filtro daquilo que é melhor para si mesma. No entanto, esse filtro diante da televisão fica muito difícil, porque como já dissemos anteriormente é um perigo sutil e astucioso, um espinho vestido em flor.

Em verdade, a criança deverá amadurecer sozinha, enfrentar os perigos da vida moderna de forma para saber lidar com eles, já não há mais tempo para pais ou professores voltarem aos tempos das fábulas de Esopo, com lições de moral. Urge ficarmos vigilantes a esse amadurecimento que não pode ser precoce, mas à medida que a criança vai se desenvolvendo.

Aqui que se encontra o grande perigo da televisão: como desafiar o lobo do nosso século quando nossas criancinhas ainda não têm amadurecimento suficiente para enfrentá-lo? Como? Fica a questão para nossa reflexão.

Se os pais pudessem substituir a televisão por um carrinho de brinquedo, uma boneca, um livro ou uma brincadeira qualquer tudo se tornaria mais fácil, mas a televisão é poderosa tem seus modos de encantar a criança, sabe como prendê-la diante de um programa a preferir brincar ou fazer uma leitura.

Estamos diante de um lobo mau perverso, assustador, manipulador, dez mil vezes pior do que o lobo mau dos três porquinhos, pois esse está fantasiado de bonzinho e quando quer ele se torna bonzinho também, por isso é muito difícil lidar com esse lobo, a forma mais correta é fazer a criança perceber suas iras e garras e só se aproximar dele quando não estiver faminto, ou seja, quando seus programas forem interessantes para sua idade.

Os pais, sábios por natureza divina, devem perceber quando seus filhos começarem a apresentar certos hábitos pela televisão ou por alguns tipos de programas específicos para reparar esse problema o mais rápido possível.

Não podemos deixar nossas crianças entregues à televisão, fingindo que ela não é um grande mal que pode prejudicar, mais tarde, seu desenvolvimento intelectual e social, provocando distúrbios de sono, medo, violência, traumas etc.

Quanto mais construírem suas casas de tijolos, mais os pais estarão mostrando aos seus filhos que não adianta construir casas de palha ou de madeira para se protegerem, ou seja, não adianta trancar a televisão no quarto, não colocar televisão no quarto da criança.

Nada disso é preciso fazer, mas mostrar à criança que não é preciso esquecer a janela aberta para o lobo mau entrar dentro de casa, porque ele já convive conosco.

O que precisamos é saber educar esse lobo com valores e virtudes morais que são quase esquecidos atualmente no cotidiano da educação de uma criança. Tarefa essa entregue à escola no seu Ensino Religioso que muitas delas retiraram do seu currículo, infelizmente.

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