Há pouco tempo, trouxe aqui, em outra publicação no site, o Mito das Verdades.

A cosmovisão africana, assim como outras culturas que vieram depois, encontrava nos mitos, explicações para tudo e todas as situações. Nesse momento em que diferentes visões de mundo e percepções de vida se chocam na busca pela hegemonia, penso ser oportuno trazer este mito da cultura Yorubá. 

O Mito das Verdades

Recorro novamente a essa valiosa fonte de conhecimento que é a cosmovisão africana Yorubá, para trazer mais um itã, mais um mito.

Falo de Exú, essa figura controversa e tão mal entendida do panteão africano, mas que é fundamental, indispensável na visão de mundo Yorubá, para a existência de tudo.

Exú não exige de nós muito, mas espera ao menos o mínimo pelo que ele representa,  e o mínimo que podemos edevemos fazer a Exú é reverenciá-lo.

“Certo dia, dois amigos possuidores de terras vizinhas, iniciaram suas atividades sem a devida saudação a esse princípio da dinâmica da vida. Exú, na forma de um desconhecido, usando um boné de duas cores, uma decada lado, passou na fronteira dessas terras entre os dois homens que trabalhavam e os cumprimentou efusivamente. Logo depois um dos amigos perguntou ao outro:

– Quem é aquele homem de barrete vermelho que passou aqui?

E o outro respondeu:

-Não sei quem é ele, mas sei que o gorro era preto.

-O casquete era vermelho!

-Não. Era preto!

A discussão foi acirrada e acabou em luta de morte.”

Moral da história: Devemos ser cautelosos ao defender a verdade como se fosse absoluta e o ponto de vista como se fosse único.

Laroyê Exú(Exú, o que fala alto).
Exú o mojubá (Exú, eu o respeito).

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