Na antessala da poesia, quase sempre me sento ao lado da dor e da agonia.
E Israel? Quem, quem, imaginaria?!
Agora, os responsáveis por tamanho sofrimento.
Que judeus, perseguidos do holocausto
Agora massacram um povo faminto e exausto.
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Barbárie na tevê, internet, rádio e jornal
Basta escolher, e sintonizar o canal.
Para alguns, só notícias, no café matinal.
Para um povo, sangue e sofrimento infernal.
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Violência outrora sofreram, mas será que já esqueceram?
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O Estado de Israel acha isso um grande feito.
Palestino encurralado nem consegue ralar peito.
Enquanto bombas do céu caem a torto e direito.
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A caneta assina a ordem, agora é dedo no gatilho.
Mata mãe, mata pai, mata irmão e filho.
Soldado não questione, pois eu sou um caudilho!
Diz o fantoche Ianque, de olhar sem nenhum brilho.
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Biden e companhia deveriam sentir vergonha.
Que de suas armas e dólares, Israel as disponha.
E apresentar atitude, tremendamente medonha.
Onde fascismo e covardia cabem, no canhão e na coronha.
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Como pode um povo não aprender sua lição?
E assombrar o outro com a sua maldição?
Em plena terra santa da ressurreição
A maldade se impõe, uma imensa contradição.
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São questões que me colocam para refletir.
E na escrita destes versos não me omitir.
A ideia com o semelhante, quero repartir.
E se preciso for, também vou discutir.
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Pra cada bomba ou míssel, disparado
Em algum canto, alguém já deve ter lucrado.
Enquanto o futuro inocente é brutalmente ceifado.
E o soldado pra matar, foi por você remunerado.
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A guerra não é só ambição do Estado.
Entra nessa equação, também o livre mercado.
E o imoral então é finalmente escancarado.
Heroísmo na tragédia, só mesmo pra deslumbrado.
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E quando penso que, enquanto escrevo, mais uma vida finda!?
E o mercado de ações, mais uma alta brinda.
O ocidente, ao Sionismo, certamente blinda.
Enquanto a Palestina, padece na berlinda.
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Enquanto o mundo assiste o triste fim de Gaza.
Crianças, feridas e confusas ardem em brasa.
Fome e desabrigo, sem poder voltar pra casa.
Enquanto mais um bombardeiro, municia-se para o ataque.
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Carl Sagan já dizia: Somos uma fina película de vida.
E eu complemento: arrogante e atrevida.
Que ceifa existências, de forma cruel, indevida.
De amor e compaixão, totalmente desprovida.
Autor: Ricardo Germani, em 27/05/2024, no dia em que Israel fez mais um ataque a Rafah. (Leia aqui) Germani também escreveu e publicou no site a crônica “A luta por um projeto civilizatório”: https://www.neipies.com/a-luta-por-um-projeto-civilizatorio/
Edição: A. R.